Focos de incêndio no Brasil alcançaram nível histórico em 2024

Aumento de 46% em relação a 2023 é impulsionado por seca histórica e fenômeno El Niño; São Paulo e Amazônia lideram os índices

03/01/2025 00h00 - Atualizado em 03/01/2025 às 14h14

Por Andrella Okata

Em 2024, o Brasil registrou um alarmante aumento no número de focos de incêndio, totalizando 278.229 ocorrências. Esse número representa um aumento de 46% em relação aos 189.891 focos registrados em 2023, e é o pior índice desde 2010, quando foram contabilizados 319.383 incêndios. Os dados são do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados pelo jornal Folha de São Paulo.

A situação foi agravada pela seca histórica que atingiu o país, em grande parte provocada pelas mudanças climáticas e intensificada pelo fenômeno El Niño. O fogo começou mais cedo em várias regiões, com destaque para os incêndios em Roraima, que começaram entre fevereiro e março, e no Pantanal, onde as chamas se espalharam a partir de junho.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, afirmou que a seca de 2024 foi a mais severa dos últimos 40 anos na Amazônia e a mais grave em 73 anos no Pantanal.

O estado de São Paulo registrou o maior aumento percentual de focos de incêndio no país, com um impressionante salto de 423%, totalizando 8.702 focos. No Distrito Federal, o aumento foi de 292%, com 349 registros. No entanto, os maiores números foram observados na Amazônia, que contabilizou 140.328 focos – um aumento de 42% em relação ao ano anterior e o maior número desde 2007, quando foram registrados 186.463 focos.

O Pantanal também viu um aumento considerável de 120%, com 14.498 incêndios, o pior número desde 2020, quando o estado enfrentou 22.116 ocorrências.


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