Preços da soja devem cair em 2025, aponta análise do mercado global

Projeções indicam ampla oferta, mas fatores geopolíticos podem gerar volatilidade nos preços ao longo do ano

04/01/2025 00h00 - Atualizado em 05/01/2025 às 16h30

Por Andrella Okata

O mercado global da soja caminha para um 2025 de preços pressionados pela ampla oferta, com impactos no mercado físico e futuro, tanto no Brasil quanto em outros grandes produtores.

Na América do Sul, o Brasil lidera com expectativas de alta produtividade, apesar de atrasos no início do plantio. Na Argentina, o terceiro maior produtor mundial, as projeções também são otimistas, com uma safra estimada em 55 milhões de toneladas.

A análise é de Rafael Silveira, consultor da Safras & Mercado, que indica uma tendência negativa influenciada por safras na América do Sul e nos Estados Unidos.

Nos EUA, a produção de soja alcança cerca de 121,7 milhões de toneladas, a segunda maior da história, com aumento dos estoques finais em 37,4% em relação ao ano anterior. A oferta confortável, mesmo com aumento das exportações e do esmagamento, coloca pressão sobre os preços internacionais.

FATORES GEOPOLÍTICOS E DEMANDA CHINESA

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode impactar as relações comerciais com a China, maior compradora mundial de soja. “No segundo semestre, o mercado brasileiro pode ser favorecido pela forte demanda chinesa, embora desafios em termos de preços permaneçam”, destaca o analista.

No curto prazo, a China deve garantir estoques suficientes para lidar com possíveis tensões, mas a alta demanda no segundo semestre pode criar oportunidades para exportações brasileiras, diante da boa relação comercial entre os dois países.

No Brasil, a combinação de alta oferta global, dólar valorizado e logística pressionada pode dificultar ganhos de preço para os produtores no primeiro semestre, o que pode levar os americanos a reduzirem a área de plantio na safra 2025/26, trazendo suporte aos preços futuros.

Os ganhos mais expressivos, segundo o consultor, devem surgir apenas no final do terceiro trimestre ou no início do quarto trimestre de 2025, caso o cenário de demanda chinesa permaneça forte e o mercado climático nos EUA crie condições mais favoráveis.


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