Uso prolongado de zolpidem pode estar associado a Alzheimer, aponta estudo

Pesquisa revela que o medicamento, amplamente utilizado para tratar insônia, pode prejudicar processos cerebrais cruciais para a prevenção de doenças neurodegenerativas

16/01/2025 00h00 - Atualizado em 16/01/2025 às 15h59

Por Lauren Netto

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, revelou que o uso prolongado de zolpidem, um medicamento amplamente utilizado para combater a insônia, pode estar relacionado ao aumento do risco de Alzheimer no longo prazo. Os resultados foram publicados na revista científica Cell e levantam preocupações sobre o impacto desse sonífero na saúde cerebral.

O estudo sugere que o zolpidem interfere no funcionamento do sistema glinfático, um mecanismo natural responsável pela limpeza de resíduos tóxicos acumulados no cérebro, incluindo proteínas associadas ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como Alzheimer.

A pesquisa foi realizada em modelos animais e identificou que o medicamento pode prejudicar a interação da norepinefrina — um neurotransmissor essencial para o sono reparador — com o sistema glinfático, reduzindo sua eficiência. Esse efeito pode levar ao acúmulo de substâncias nocivas, potencializando o surgimento de condições como demência.

Sono saudável e saúde cerebral

O sono de qualidade é indispensável para o bom funcionamento do cérebro, pois contribui para a consolidação da memória, regulação imunológica e proteção contra doenças crônicas. Problemas como insônia e apneia do sono já foram associados ao aumento do risco de Alzheimer e outras condições neurodegenerativas.

A pesquisa destacou que preservar a "arquitetura natural do sono" é fundamental para a manutenção da saúde cerebral. Isso reforça a importância de buscar alternativas que tratem os distúrbios do sono sem comprometer os processos naturais do organismo.

Insônia e o uso de medicamentos

Especialistas alertam que a insônia deve ser investigada e tratada com foco em suas causas subjacentes, como transtornos de ansiedade ou depressão. Em casos que exigem o uso de medicamentos, é essencial estabelecer um período definido para o tratamento, evitando o uso prolongado e seus potenciais efeitos adversos.

Dicas para melhorar o sono de forma natural

• Exposição à luz natural: Permitir a entrada de luz solar durante o dia ajuda a regular o ciclo circadiano

• Evitar cafeína e telas: Reduzir o consumo de café e o uso de dispositivos eletrônicos à noite pode melhorar a qualidade do sono

• Manter uma rotina regular: Estabelecer horários consistentes para dormir e acordar é essencial para regular o sono

Regular o sono, no entanto, não é um processo imediato. Segundo especialistas, pode levar semanas de ajustes e planejamento para alcançar uma melhora significativa.


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