Por Lauren Netto
Desde o início dos anos 2000, os efeitos negativos dos alimentos ultraprocessados na saúde ganharam destaque em estudos conduzidos por instituições como o Nupens/USP. A classificação Nova, proposta em 2009, revolucionou a forma como os alimentos são avaliados, levando em consideração não apenas sua composição nutricional, mas também o nível de processamento industrial.
Alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, salgadinhos e bebidas açucaradas, são formulados com ingredientes artificiais, como conservantes, aromatizantes e grandes quantidades de açúcar e gordura. Apesar de sua praticidade e sabor, especialistas alertam para os danos que podem causar à saúde, incluindo aumento no risco de doenças graves.
Estudos reforçam os riscos
Pesquisas revelam que o consumo de ultraprocessados dobrou desde 1980, representando hoje 20% das calorias ingeridas pelos brasileiros. Um estudo recente de 2024 apontou que carnes processadas, sobremesas lácteas e refrigerantes estão associados a maiores riscos de mortalidade.
Esses alimentos foram relacionados a doenças respiratórias, neurodegenerativas, diabetes e problemas cardiovasculares. Outro estudo publicado na Nature Medicine destacou que bebidas açucaradas são responsáveis por 10% dos casos de diabetes tipo 2 e 3% das doenças cardiovasculares no mundo.
Como identificar ultraprocessados?
A classificação Nova divide os alimentos em quatro categorias: in natura, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados. Os ultraprocessados são caracterizados por uma longa lista de ingredientes, incluindo aditivos químicos, e podem ser identificados facilmente através da leitura de rótulos.
Especialistas recomendam evitar o consumo frequente desses produtos e focar em uma dieta composta majoritariamente por alimentos in natura e minimamente processados. Aplicativos também podem ajudar na identificação e controle do consumo desses alimentos, promovendo escolhas mais saudáveis para a vida cotidiana.