Por Lauren Netto
O Ministério da Saúde anunciou que enviará 41,7 mil testes rápidos para diagnóstico de dengue em Mato Grosso do Sul, sendo essa a primeira vez que a ferramenta será disponibilizada para a rede pública estadual. A chegada do novo exame amplia as opções de diagnóstico para a doença, que já conta com dois tipos de testes disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS): os de biologia molecular e os sorológicos, oferecidos nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).
Com o teste rápido, será possível detectar a presença do vírus da dengue em cerca de 15 minutos, a partir de uma amostra de sangue coletada de uma veia ou da ponta do dedo. No entanto, esse exame não identifica o sorotipo do vírus, o que limita sua capacidade de diferenciar a dengue de outras arboviroses, como zika e chikungunya.
A distribuição dos testes começará na próxima semana e ocorrerá nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todo o estado. Para garantir o uso adequado dos novos testes, os gestores estaduais serão orientados por meio de uma nota técnica que trará as diretrizes de aplicação.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destaca que os testes rápidos servirão como uma ferramenta complementar para ampliar a assistência à população. Ela reforçou, no entanto, que é essencial manter a coleta de amostras para vigilância epidemiológica, pois o teste rápido não oferece informações detalhadas sobre os sorotipos da dengue. “O teste rápido é importante, mas não substitui os exames que são fundamentais para o controle da doença e da vigilância de outras arboviroses”, explicou.
O Ministério da Saúde também ressalta que os testes rápidos se somam às estratégias de vacinação e controle do vetor, já em andamento no estado. De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul registrou, entre 1º e 15 de janeiro deste ano, 298 casos notificados de dengue, com 25 casos confirmados e nenhuma morte. O município de Selvíria é o único a apresentar alta incidência, com 300 casos por 100 mil habitantes.
A nível nacional, o Ministério da Saúde distribuirá 6,5 milhões de testes rápidos em todo o Brasil, com um investimento de R$ 17,3 milhões. A primeira remessa de 4,5 milhões de testes será enviada para diversos estados, com os 2 milhões restantes mantidos em estoque estratégico para atender possíveis aumentos nos casos de dengue nas regiões afetadas.
