Por Lauren Netto
Em 2024, seis doenças concentraram grande parte das mortes registradas em Mato Grosso do Sul, com destaque para problemas cardíacos e respiratórios. O infarto agudo do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco, lidera o ranking de mortalidade no estado, com cerca de 1.630 óbitos entre janeiro e dezembro.
O mês de agosto foi o período mais letal para o infarto, com 175 mortes, enquanto dezembro registrou o menor índice, com 69 casos. O ataque cardíaco ocorre quando o fluxo de sangue para o coração é interrompido, geralmente devido à formação de coágulos ou acúmulo de gordura nas artérias, causando a morte de células do músculo cardíaco.
A insuficiência cardíaca, que surge quando o coração não consegue bombear sangue adequadamente, aparece como a sexta maior causa de óbitos no estado, totalizando 425 mortes no ano passado. Essa condição é frequentemente consequência de outros problemas cardíacos acumulados ao longo do tempo, como infartos prévios, pressão alta não tratada e doenças das válvulas do coração.
Perfil de risco e prevenção
As doenças cardiovasculares afetam principalmente pessoas acima de 40 anos, com prevalência maior à medida que a idade avança. Contudo, fatores como histórico familiar, obesidade, sedentarismo e hábitos como tabagismo podem antecipar esses problemas para indivíduos na faixa dos 30 anos.
A prevenção passa por hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, evitar o consumo de álcool e cigarro, gerenciar o estresse e realizar consultas médicas periódicas. Nos casos em que essas doenças já estão presentes, o tratamento pode incluir medicamentos, procedimentos cirúrgicos ou intervenções mais específicas.
Outras causas de mortalidade
A pneumonia causada por micro-organismos não especificados foi a segunda maior causa de mortes no estado, com 1.026 óbitos em 2024. Essa doença respiratória, frequentemente associada a infecções bacterianas ou virais, é uma das principais razões de internação hospitalar. Entre os sintomas mais comuns estão febre, tosse, dor no peito e dificuldade para respirar.
As doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), incluindo bronquite crônica e enfisema pulmonar, ocupam a terceira posição no ranking, com 674 mortes. Associadas principalmente ao tabagismo, essas condições afetam a função respiratória e podem levar a sintomas como falta de ar, tosse persistente e cansaço extremo.
Comparação com anos anteriores
Embora o infarto continue sendo a principal causa de mortes, o número de óbitos caiu em comparação com os últimos anos. Em 2023, foram 1.729 mortes, enquanto 2022 e 2021 registraram 1.825 e 1.868 óbitos, respectivamente.
Campo Grande é o município com maior número de casos fatais relacionados a doenças cardíacas, destacando-se como um dos principais polos de atenção à saúde pública na região.