Por Lauren Netto
Nos últimos anos, a suinocultura de Mato Grosso do Sul tem mostrado um desempenho impressionante, destacando-se como um dos principais setores do agronegócio estadual. Em 2023, o estado bateu recorde de produção, com 2,9 milhões de suínos abatidos, marcando um crescimento de 6,7% em relação ao ano anterior, conforme dados do Sistema Famasul. Com a tendência de expansão, a Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas) projeta que o número de suínos industrializados no estado ultrapasse os 3 milhões em 2024, com expectativas ainda mais promissoras para 2025.
Embora Santa Catarina, líder nacional na produção de suínos, também tenha experimentado crescimento, o aumento de 2,1% registrado no estado vizinho, alcançando 17,8 milhões de suínos abatidos em 2023, foi mais modesto. Apesar da diferença em números absolutos, a trajetória de Mato Grosso do Sul é notável. O estado se destaca pela capacidade de inovação e pelo crescente investimento no setor, posicionando-se como um polo emergente da suinocultura no Brasil.
O fortalecimento da indústria local é evidente, com a JBS ampliando sua capacidade de abate para 10 mil cabeças de suínos por dia, além do avanço tecnológico pela Agroceres PIC, que está implantando uma central de genética líquida, uma inovação importante para a genética e a qualidade do plantel sul-mato-grossense. A previsão de que o plantel do estado atinja 152 mil matrizes em 2025 também reflete a confiança dos produtores e o compromisso com o crescimento sustentável da suinocultura.
Sustentabilidade em foco
A sustentabilidade tem sido um dos pilares centrais da evolução da suinocultura em Mato Grosso do Sul. Em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste, a Asumas criou o Programa Asumas de Sustentabilidade (PAS), com o objetivo de transformar a suinocultura do estado em uma referência nacional no uso de práticas responsáveis. O PAS foca em áreas estratégicas como a gestão de resíduos, o bem-estar animal, o uso eficiente de recursos hídricos e a produção de energia renovável.
Um dos projetos mais inovadores do PAS é a implantação de biodigestores, que convertem resíduos orgânicos em biogás e fertilizantes. A tecnologia não apenas ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, como também cria novas oportunidades de negócios, com o biogás podendo ser utilizado para atender às necessidades energéticas das propriedades. A comercialização de créditos de carbono também surge como uma alternativa lucrativa para os produtores.
Além disso, o PAS oferece capacitação para o uso de tecnologias de biometano, permitindo uma produção de energia mais limpa e eficiente. Essas iniciativas mostram como a suinocultura de Mato Grosso do Sul está se modernizando, alinhando-se à tendência global de inovação tecnológica e responsabilidade ambiental, consolidando-se como uma das principais referências do setor no Brasil.