Após revisão, novo edital da Rota da Celulose deve ser apresentado hoje na Bolsa de Valores de SP

Em dezembro de 2024, a tentativa de leilão da Rota da Celulose não atraiu propostas; o governo estadual atribuiu o desinteresse à alta taxa de juros e à grande oferta de concessões rodoviárias no mercado

30/01/2025 00h00 - Atualizado em 30/01/2025 às 22h39

Por Lauren Netto

O novo edital para a concessão da Rota da Celulose deve ser entregue nesta quarta-feira (29) na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. O governo de Mato Grosso do Sul revisou o projeto após a primeira tentativa de leilão, em dezembro de 2024, não atrair investidores. A nova versão será apresentada ao mercado e tem previsão de ir a leilão em maio.

A concessão inclui cinco rodovias, totalizando 870,3 km, que cortam a região leste do Estado e são estratégicas para o escoamento da produção de celulose. O projeto abrange trechos das BRs 262 e 267, além das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, vias que passam por grandes fábricas do setor e conectam Mato Grosso do Sul a São Paulo.

A reformulação do edital foi aprovada pelo Conselho Gestor de Parcerias (CGP) do Programa de Parcerias do Estado de MS (Prop-MS) e oficializada no Diário Oficial do Estado (DOE). Segundo a presidente do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), Eliane Detoni, as mudanças incluem ajustes nos investimentos, na duplicação de trechos, na localização dos pedágios, no sistema de cobrança e na projeção de receitas.

Mudanças no cronograma e obras mantidas

O governador Eduardo Riedel (PSDB) e o secretário de Desenvolvimento, Jaime Verruck, afirmaram que as alterações no edital não devem reduzir o volume total de obras. A principal mudança está no cronograma de execução, que será mais diluído ao longo dos anos para evitar um alto volume de investimentos nos primeiros anos do contrato.

Na proposta anterior, o investimento previsto era de R$ 8,8 bilhões ao longo de 30 anos, incluindo a duplicação de 116 km, a construção de acostamentos em 457 km e a implantação de terceiras faixas em 251 km. Com as mudanças, o Estado busca viabilizar a concessão sem comprometer as melhorias previstas para a malha viária.

Desafios do mercado

Em dezembro de 2024, a tentativa de leilão da Rota da Celulose não atraiu propostas. O governo estadual atribuiu o desinteresse à alta taxa de juros e à grande oferta de concessões rodoviárias no mercado.

Na época, a taxa Selic estava em 12,75% ao ano, o que elevou o custo do financiamento para investidores. Além disso, a taxa interna de retorno (TIR) do projeto era de 10,37% ao ano, abaixo das expectativas do setor. Com a revisão do edital e a perspectiva de redução da Selic, o governo espera atrair players para a nova rodada do leilão.

Leilão integra pacote nacional de concessões

A Rota da Celulose foi incluída no novo pacote de concessões rodoviárias lançado nesta semana pelo Ministério dos Transportes. Além dela, o governo federal também prevê a repactuação da BR-163, outra rodovia fundamental para Mato Grosso do Sul. Os projetos fazem parte da estratégia de modernização da infraestrutura logística do país e devem movimentar o setor nos próximos meses.


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