Por Redação
Mato Grosso do Sul aparece na quarta posição no ranking nacional de doenças tropicais negligenciadas (DTNs) entre crianças de 0 a 11 anos, segundo levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde no Boletim Epidemiológico do impacto das DTNs na morbimortalidade infantil no Brasil.
As DTNs são enfermidades causadas por agentes infecciosos ou parasitários e afetam, principalmente, populações em situação de vulnerabilidade socioeconômica. De acordo com a Fiocruz, essas doenças podem comprometer o desenvolvimento físico e cognitivo desde a infância, além de gerar estigma social e elevar os riscos de mortalidade.
Dengue e chikungunya lideram casos no Brasil
O estudo analisou 12 tipos de doenças tropicais, incluindo dengue, chikungunya, hanseníase, leishmaniose e doença de Chagas. No cenário nacional, dengue e chikungunya foram as mais prevalentes, somando mais de 14,3 milhões de casos nos últimos 13 anos. Desse total, 1,6 milhão (11,5%) ocorreram em crianças de até 11 anos.
A maior incidência foi registrada entre crianças negras e indígenas, sendo a faixa etária de 7 a 11 anos a mais afetada. Quando analisadas por estado, as regiões com maior número de casos foram Acre, Goiás e Tocantins, com Mato Grosso do Sul aparecendo em quarto lugar. Sem considerar dengue e chikungunya, o estado cai para a 14ª posição.
Mortalidade infantil por doenças tropicais
Em relação aos óbitos infantis por DTNs, o levantamento aponta que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste registraram as maiores taxas de mortalidade. O risco de morte foi maior em municípios com alto Índice de Pobreza Multidimensional (IPB), onde ocorreram 51,2% das mortes infantis analisadas.
Situação da dengue e chikungunya em MS
Desde o início de 2025, Mato Grosso do Sul já registrou 1.133 casos prováveis de dengue, sendo 253 confirmados, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Felizmente, não houve óbitos confirmados ou em investigação. Os municípios de Selvíria, Inocência e Pedro Gomes aparecem com maior incidência de casos.
Já a chikungunya contabiliza 623 casos prováveis, dos quais 23 foram confirmados. Até o momento, não há registros de mortes pela doença no estado.
Vacinação contra a dengue avança
A imunização contra a dengue segue em andamento no estado. Desde a chegada das primeiras doses enviadas pelo Ministério da Saúde, 122.224 vacinas já foram aplicadas. O esquema vacinal prevê duas doses com intervalo de três meses e é voltado para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária mais afetada por hospitalizações causadas pela doença.
A SES reforça que, diante de sintomas como febre alta, dores no corpo e manchas na pele, a recomendação é evitar a automedicação e procurar atendimento médico imediato.