Por Redação
Mato Grosso do Sul consolidou sua presença no mercado de exportação de carne de frango ao registrar, em 2024, o abate de 177,9 milhões de aves. O volume garantiu ao estado a 7ª posição entre os maiores exportadores do Brasil, alcançando o melhor desempenho em abates dos últimos sete anos.
De acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso do Sul ocupava a 11ª colocação em 2023 no ranking nacional de animais abatidos. O avanço expressivo reflete o fortalecimento do setor e a crescente demanda pela carne de frango, tanto no mercado interno quanto externo.
Expansão da produção e impacto econômico
Segundo Franciele Corneli, presidente da Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul (Avimasul), a estimativa de produção para 2024 é de 400,2 milhões de toneladas de carne de frango. O crescimento tem sido impulsionado por investimentos em tecnologia, eficiência produtiva e estratégias de mercado que fomentam a competitividade do estado no setor avícola.
Os dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) indicam um crescimento de 5% no abate de aves em relação a 2023, quando foram abatidos 169,87 milhões de animais. No acumulado de 2024, o estado exportou US$ 368,9 milhões e embarcou 181,1 mil toneladas de carne de frango, o que representa um aumento de 12% no volume exportado e de 0,6% na receita, em comparação ao ano anterior.
O desempenho estadual acompanha o crescimento do Brasil como maior exportador mundial de carne de frango. Em 2024, o país alcançou US$ 9,52 bilhões em exportações, 0,91% a mais que em 2023, e enviou ao exterior 5,12 milhões de toneladas, um aumento de 3%.
Principais mercados compradores
Conforme o Boletim Casa Rural de janeiro de 2025, elaborado pela Famasul, a China liderou as compras de carne de frango de Mato Grosso do Sul, respondendo por 17,5% da receita estadual, com 29,4 mil toneladas adquiridas. O volume exportado para o país asiático teve leve queda de 0,21% em relação ao ano anterior.
O Japão, segundo principal destino da carne sul-mato-grossense, foi responsável por 16,1% da receita do setor, registrando um aumento expressivo de 27% nas importações, totalizando 30,4 mil toneladas. O Iraque, terceiro maior comprador, importou 14,9 mil toneladas, representando um crescimento de 108% em relação a 2023.
Avanços e perspectivas para 2025
A avicultura de corte está presente em 36 municípios do estado, sendo que Sidrolândia (29,26%), Itaquiraí (10,38%) e Dourados (10,31%) lideram a produção, concentrando quase 50% do total abatido. O modelo predominante é o de produção integrada, com a presença de grandes indústrias, como JBS, BRF, Seara e Frango Bello, que impulsionam a cadeia produtiva.
No estado, programas de incentivo têm fortalecido a atividade. Em Sidrolândia, 83 avicultores cadastrados no programa Frango Vida receberam R$ 12,7 milhões em 2023, investidos na modernização das unidades produtivas. No total, 286 produtores sul-mato-grossenses foram beneficiados com R$ 36,5 milhões no primeiro ano de aplicação do programa. Em 2024, os incentivos aumentaram para R$ 64,5 milhões, atendendo 306 granjas em 31 municípios.
Para 2025, a expectativa é de ampliação na produção e no controle sanitário das granjas, garantindo a biosseguridade e manutenção do status sanitário do estado. A Avimasul também busca avançar na formação de cooperativas para fortalecer ainda mais o setor avícola regional.