Por Lauren Netto
Mato Grosso do Sul caminha para registrar uma das maiores safras de soja já colhidas, mesmo com a forte estiagem que comprometeu quase 40% da área cultivada. Segundo estimativas do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (SIGA-MS), o Estado deve produzir 13,977 milhões de toneladas na safra 2024/2025, um crescimento de 13% em relação ao ciclo anterior.
Caso a projeção se confirme, será a segunda maior produção da história, ficando atrás apenas da safra 2022/2023, quando Mato Grosso do Sul colheu 15 milhões de toneladas.
O levantamento do SIGA-MS aponta que 1,75 milhão de hectares, do total de 4,5 milhões cultivados, foram afetados pelo estresse hídrico, reflexo da falta de chuvas e das altas temperaturas registradas nos últimos meses.
Apesar dos impactos, o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, destaca que as chuvas recentes ajudaram a estabilizar o desenvolvimento das lavouras nas regiões mais afetadas, reduzindo perdas.
Já para o produtor Diogo Peixoto, que atua em Amambai, as precipitações dos últimos dias trazem esperança, mas não são suficientes para reverter totalmente os danos. Ele relata que as altas temperaturas causaram abortamento de vagens e comprometeram a produtividade em diversas áreas. Mesmo assim, com 60% a 70% da soja ainda no campo, há possibilidade de recuperação parcial.
O SIGA-MS estima que a produtividade média da safra seja de 51,7 sacas por hectare. Até o dia 24 de janeiro, 8,1% da área cultivada já havia sido colhida, somando 364,5 mil hectares.
Com a colheita avançando, a expectativa é que o Estado consiga manter o bom desempenho na produção de soja, consolidando-se entre os principais polos agrícolas do Brasil.