Projeto de arqueologia em Mato Grosso do Sul concorre a selo da Unesco

Iniciativa Trilha Rupestre pode ser uma das primeiras no Brasil a obter certificação internacional

04/02/2025 00h00 - Atualizado em 04/02/2025 às 12h11

Por Andrella Okata

O projeto "Trilha Rupestre: Inovações e Tecnologias Sociais na Bioeconomia Local", desenvolvido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e financiado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect), foi indicado ao selo de certificação da Unesco. A iniciativa busca conectar comunidades locais por meio de uma rota educacional que abrange sítios arqueológicos com pinturas rupestres no Estado.

O projeto foi aprovado na Chamada Especial Fundect/UFMS Nº 29/2021 e recebeu um investimento de R$ 500 mil, com o objetivo de valorizar a cultura e a história local, além de estimular a bioeconomia das regiões envolvidas. A rota engloba 16 municípios de Mato Grosso do Sul: Alcinópolis, Bandeirantes, Campo Grande, Chapadão do Sul, Corguinho, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Jaraguari, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Rio Negro, Rio Verde, Rochedo, São Gabriel do Oeste e Sonora, e inclui atividades educativas e econômicas baseadas em vestígios arqueológicos e geopaleontológicos.

POTENCIAL PARA SELO UNESCO

A Trilha Rupestre é forte candidata ao selo do programa Unesco-Most Bridges, que promove soluções sociais alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A coordenadora científica da Trilha Rupestre, Lia Raquel Toledo Brambilla Gasques, ressaltou que a certificação da Unesco traria visibilidade global ao projeto. “Esse selo, além de trazer visibilidade, validaria que o nosso trabalho em rede, unindo diferentes profissionais para pensar soluções inovadoras, se adequa aos 17 ODS definidos pela Unesco, com base na sustentabilidade e ciência”, explicou.

A escolha das localidades levou em conta a alta concentração de sítios arqueológicos, com mais de 740 cadastrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A expectativa é que a criação da Trilha Rupestre possibilite atividades econômicas sustentáveis.

A proposta do projeto abrange seis eixos principais: Alimento, Arqueológico, Arquitetura, Arte-Cerâmico, Botânico, Geopaleontológico, Químico-Farmacêutico e Turismo. A ideia é desenvolver produtos comercializáveis nessas áreas, alavancando a economia regional e promovendo o reconhecimento cultural das regiões envolvidas.


Notícias Relacionadas »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp