Após seca extrema, Pantanal mostra sinais de recuperação

Aumento do nível dos rios indica recuperação gradual, mas especialistas seguem monitorando

06/02/2025 00h00 - Atualizado há 4 meses

Por Lauren Netto

Após enfrentar uma das piores secas já registradas, o Pantanal pode voltar a viver uma cheia em 2025. O nível do Rio Paraguai segue em elevação e, neste sábado (8), atingiu 1,44 metro na régua de Ladário (MS), apenas três centímetros abaixo do pico registrado em todo o ano passado. Com a continuidade das chuvas em Mato Grosso, a expectativa é que o rio supere os quatro metros e transborde nos próximos meses.

O volume atual ainda está cerca de 50 centímetros abaixo da média histórica para esta época do ano, que é de 1,94 metro, segundo boletim do Serviço Geológico do Brasil. No entanto, indicadores apontam para um cenário favorável à cheia, especialmente com a quantidade de água que já chegou às regiões de Cuiabá e Cáceres, em Mato Grosso.

Em Cáceres, o Rio Paraguai se mantém acima dos três metros desde o início do ano, alcançando pico de 4,54 metros e registrando 20 centímetros acima da média histórica para fevereiro. A última vez que o rio apresentou tanta água nesse período foi em 2018, quando o Pantanal teve sua última grande cheia. Em Cuiabá, o nível do rio chegou a 5,12 metros neste sábado, 1,32 metro acima da média histórica e 3,37 metros acima do registrado no mesmo período de 2024.

Apesar do volume significativo, parte da água foi retida pela hidrelétrica do Manso, que passou de 52% para 87% de sua capacidade entre janeiro e fevereiro. Em janeiro, chegaram a entrar 1,8 mil metros cúbicos de água por segundo no reservatório, mas apenas 81 metros cúbicos eram liberados. Com o aumento da vazão para 279 metros cúbicos, a expectativa é que mais água chegue ao Pantanal ao longo dos próximos meses.

Pantanal do Miranda segue com níveis baixos

Enquanto o Rio Paraguai dá sinais de uma cheia iminente, o Pantanal do Miranda segue com baixos volumes de água. Em Miranda (MS), o rio registrou apenas 1,43 metro no dia 6 de fevereiro, bem abaixo da média esperada para esta época do ano, que é de 4,7 metros. Para que haja inundação na planície pantaneira, o nível deveria ultrapassar os seis metros, o que ainda está distante de ocorrer.

Situação semelhante ocorre no Rio Aquidauana, outro tributário importante para as áreas alagáveis do Pantanal. Na cidade de Aquidauana, o rio marcou 2,86 metros na última quinta-feira, enquanto o esperado para esta época é 3,71 metros. Para atingir a chamada cota de cheia, o rio precisaria ultrapassar os sete metros, o que ainda não ocorreu nesta temporada de chuvas.

Com a previsão de continuidade das chuvas nos próximos meses, há expectativa de que o Pantanal volte a ter uma cheia, ainda que não em proporções extremas. O monitoramento constante dos níveis dos rios será essencial para avaliar o impacto no bioma e nas comunidades ribeirinhas.


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