Após duas décadas, dengue tipo 3 volta a circular em Campo Grande

Especialistas alertam para o perigo de infecção grave e reforçam a importância da vacinação

10/02/2025 00h00 - Atualizado há 4 meses

Por Lauren Netto

Campo Grande registrou o primeiro caso de dengue tipo 3 (DENV-3) após quase 20 anos sem registros do sorotipo. A confirmação foi feita pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), que reforça o estado de alerta para evitar uma nova epidemia na cidade.

A paciente, uma mulher de 35 anos, apresentou os primeiros sintomas no dia 23 de janeiro. Conforme informações da Sesau, seu quadro não evoluiu para formas graves, e ela se recuperou sem necessidade de internação.

A detecção do DENV-3 preocupa as autoridades, pois a última circulação desse sorotipo na Capital ocorreu em 2007. Como consequência, grande parte da população, especialmente os mais jovens, nunca teve contato com esse tipo do vírus e pode ser mais suscetível à infecção.

Diante desse cenário, a Prefeitura reforçou o pedido para que a população adote medidas preventivas contra a proliferação do Aedes aegypti e evite o aumento no número de casos.

Dengue tipo 3: risco elevado de epidemias

O Ministério da Saúde destaca que o DENV-3 está entre os sorotipos mais virulentos da dengue, o que aumenta o risco de formas graves da doença. Pesquisas indicam que pessoas infectadas mais de uma vez, especialmente por sorotipos 2 e 3, têm maior predisposição para desenvolver quadros severos.

A reintrodução desse sorotipo pode resultar em surtos significativos, uma vez que boa parte da população local não possui imunidade contra ele. Entre 2000 e 2002, a disseminação do DENV-3 no Brasil esteve associada ao aumento expressivo da incidência da dengue e de casos de febre hemorrágica da doença.

Medidas preventivas

A Sesau reforça que a colaboração da população é essencial para conter a proliferação do mosquito transmissor. Para reduzir os riscos, as principais recomendações incluem:

• Manter quintais limpos e livres de objetos que acumulem água;

• Eliminar focos de água parada em calhas, pneus e vasos de plantas;

• Não descartar lixo em terrenos baldios;

• Denunciar possíveis criadouros do mosquito às autoridades sanitárias.

A presença do DENV-3 reforça a necessidade de intensificar as ações de combate ao Aedes aegypti, pois medidas simples podem prevenir surtos e proteger a população.

Vacinação contra a dengue

Além das ações preventivas, a vacinação é apontada como uma das principais estratégias para reduzir o impacto da doença. Em Campo Grande, o imunizante está disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em todas as 74 Unidades de Saúde da Família (USFs).

Entretanto, a adesão à vacinação ainda é considerada baixa. Dados da Prefeitura indicam que, dos 61 mil jovens elegíveis para receber a primeira dose, apenas 20 mil compareceram aos postos de saúde. O número de adolescentes que completaram o esquema vacinal é ainda menor, chegando a 8 mil.

Diante desse cenário, as autoridades reforçam o chamado para que os pais levem seus filhos para receber a vacina, garantindo maior proteção contra a doença.

Sintomas da dengue tipo 3

A dengue pode se manifestar por meio de sintomas como:

• Febre alta (entre 39ºC e 40ºC) de início repentino;

• Dor de cabeça intensa;

• Prostração e cansaço extremo;

• Dores musculares e articulares;

• Dor atrás dos olhos.

Ao apresentar qualquer um desses sinais, a orientação é buscar atendimento médico o mais rápido possível para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. O uso de medicamentos sem prescrição deve ser evitado, pois pode agravar o quadro clínico.


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