Por Lauren Netto
A implementação do corredor bioceânico, ligando Mato Grosso do Sul ao Oceano Pacífico, promete transformar a exportação de carne bovina do estado, oferecendo vantagens como redução de custos e um caminho mais rápido para mercados globais. A rota, que passará por países como Paraguai, Argentina e Chile, abre portas para novas exportações, com destinos que incluem a Ásia, principalmente China e Japão.
Atualmente, o estado exporta 360 mil toneladas de carne bovina ao Chile, utilizando três rotas que passam por Paraguai, Argentina e o Rio Grande do Sul. Com a inauguração do corredor, a distância será encurtada consideravelmente, oferecendo um acesso mais rápido ao mercado chileno e ao Oceano Pacífico, podendo também impulsionar a exportação para o Peru.
A ponte binacional, que já está 65% concluída, é uma das principais obras que viabilizam a nova rota. “O principal benefício da Rota Bioceânica para a indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul será a ampliação das exportações para o Chile e o Peru. Já para outros mercados globais, a viabilidade econômica dependerá da competitividade dos custos logísticos no novo corredor de exportação”, afirma Sérgio Capucci, vice-diretor do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul (Sicadems).
A rota também possibilitará a redução do tempo de transporte de produtos para mercados asiáticos, cortando até 7.000 km e 20 dias de viagem. Isso representa uma grande economia, principalmente em relação à atual rota, que passa pelo Canal do Panamá e leva até 54 dias para chegar ao destino final.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas de Mato Grosso do Sul (SETCEMS), Cláudio Cavol, destaca que o novo caminho será crucial para o setor. “Hoje, a pouca carga destinada ao norte do Chile segue por Santa Catarina, aumentando a distância em 700 a 1.000 km. Com a nova rota, a exportação será mais eficiente.”
Entretanto, o sucesso do corredor depende também de melhorias nas infraestruturas rodoviárias e no processo aduaneiro, que ainda exigem ajustes. A capacitação de motoristas para o transporte internacional é outro ponto essencial, com cursos sendo oferecidos para preparar profissionais para a nova realidade logística.
Com o aumento esperado no fluxo de transporte, que pode variar de 5% a 10% ao ano, a Rota Bioceânica promete fortalecer a economia de Mato Grosso do Sul, consolidando o estado como um hub importante para o comércio internacional, especialmente nas exportações de carne.
“Estamos testemunhando o grande sonho de diferentes gerações se tornando realidade. O corredor bioceânico é uma realidade que trará prosperidade e competitividade ao estado e ao Brasil”, conclui o governador Eduardo Riedel.