Por Redação
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), classificou como “fatalidade” o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, no dia 12 de fevereiro. A declaração que gerou repercussão nas redes sociais foi dada na última segunda-feira (17), durante a sessão de abertura do ano legislativo na Câmara Municipal.
Antes do início da solenidade, os vereadores fizeram um minuto de silêncio em memória da jornalista. Ao responder ao vereador Jean Ferreira (PT), que minutos antes havia feito referência à morte da jornalista, Adriane Lopes afirmou que pretende fortalecer políticas públicas preventivas, mas classificou o trágico desfecho como “fatalidade”.
A fala da prefeita contrasta com o posicionamento do governador Eduardo Riedel (PSDB), que reconheceu falhas do poder público no caso. Riedel afirmou que o Estado poderia ter atuado para evitar o crime.
Na sequência, Adriane Lopes reforçou a necessidade de ações preventivas. “Vamos trabalhar preventivamente para que Campo Grande tenha as políticas públicas e atenda as mulheres da nossa cidade. Nós somos mães, nós somos mulheres”, declarou.
Embora tenha defendido a ampliação de medidas protetivas, a gestão municipal tem sido alvo de críticas pelo enfraquecimento das políticas voltadas às mulheres. A Subsecretaria de Políticas para a Mulher foi extinta, e a Casa da Mulher Brasileira (CMB), sob responsabilidade da prefeitura, enfrenta problemas estruturais, sucateamento de equipamentos e desvalorização dos servidores.
Nos últimos anos, Campo Grande registrou um aumento no número de casos de violência contra a mulher. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, o feminicídio segue sendo um dos crimes de maior impacto social no estado.