Por Lauren Netto
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (17), o governador Eduardo Riedel abordou temas polêmicos e estratégicos para Mato Grosso do Sul e para o cenário político nacional. Durante a conversa, ele comentou sobre o caso da jornalista Vanessa Ricarde, as eleições de 2026 e fez uma análise da atual gestão federal. Além disso, opinou sobre a crise econômica e defendeu investigações sobre os atos de 8 de janeiro.
Riedel foi o primeiro governador de Mato Grosso do Sul a ser entrevistado no programa e enfrentou questionamentos sobre segurança pública, economia e sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Sem fugir das perguntas, o tucano reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento do estado e criticou a polarização política.
Outro ponto de destaque foi sua visão sobre o futuro político do país. O governador mencionou nomes que poderiam disputar a presidência em 2026, incluindo as sul-mato-grossenses Tereza Cristina e Simone Tebet, além de outros governadores como Eduardo Leite (PSDB), Ratinho Júnior (PSD) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Caso Vanessa Ricarde
Durante a entrevista, Riedel foi questionado sobre a morte da jornalista Vanessa Ricarde e admitiu que o governo estadual está revendo a atuação da polícia no caso. O governador não descartou a possibilidade de afastamento da delegada responsável pelas investigações.
Eleições e cenário político
Riedel, que tradicionalmente evita aprofundar-se em debates políticos nacionais, foi pressionado sobre sua visão em relação às eleições de 2026. Ele mencionou possíveis nomes para a disputa presidencial e reforçou que não se prende a discussões ideológicas entre direita e esquerda. “Existe uma agenda que precisa ser cumprida, e perder tempo com polarização não resolve os problemas do país”, afirmou.
O governador também comentou sua relação com Jair Bolsonaro. Apesar de ter apoiado o ex-presidente, destacou que nunca recebeu apoio direto dele. Quando perguntado sobre a invasão ao Congresso em 8 de janeiro, Riedel defendeu a punição de quem depredou o patrimônio público, mas ponderou que nem todos os manifestantes estavam ali com intenção de golpe. “Atribuir a todos o mesmo peso não me parece justo”, disse.
Gestão Lula e economia
Sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Riedel avaliou que o cenário econômico tem afetado diretamente a popularidade do petista. Segundo ele, a perda do poder de compra da população é um fator determinante na percepção da gestão. “As coisas estão caras, a situação está difícil, e isso impacta diretamente na aprovação do governo”, afirmou.
Indagado sobre uma possível anistia para Bolsonaro, Riedel foi cauteloso e disse que a decisão cabe à Justiça. Ele reforçou a necessidade de respeitar as instituições para garantir credibilidade ao sistema democrático.
Ao longo da entrevista, o governador de Mato Grosso do Sul defendeu investimentos no estado, criticou entraves burocráticos e reafirmou seu compromisso com a eficiência na gestão pública. Sem se posicionar abertamente sobre um candidato para 2026, Riedel deixou claro que aposta em nomes alinhados ao desenvolvimento e à estabilidade econômica do país.