Crédito do BNDES cresce em MS e chega a R$ 6,9 bilhões em 2024

Expansão do crédito beneficiou agropecuária, indústria, comércio, serviços e infraestrutura no estado

27/02/2025 00h00 - Atualizado há 4 meses

Por Lauren Netto

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou a oferta de crédito para Mato Grosso do Sul em 2024, totalizando R$ 6,9 bilhões em aprovações. O valor representa um aumento de 14,1% em relação ao ano anterior, quando foram liberados R$ 6,05 bilhões, e mais que triplica os recursos de 2022, que somaram R$ 2,2 bilhões.

Os financiamentos contemplaram diversos setores da economia. A indústria foi o segmento mais beneficiado, com R$ 4,9 bilhões em crédito. A agropecuária recebeu R$ 1,2 bilhão, enquanto comércio e serviços tiveram acesso a R$ 239,7 milhões. Além disso, R$ 593 milhões foram destinados a projetos de infraestrutura no estado.

As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) tiveram papel relevante no crescimento das aprovações. Somente para esse segmento, o BNDES liberou R$ 1,6 bilhão, representando um aumento de 4,2% em relação a 2023 e de 24,3% na comparação com 2022.

No setor de inovação, o volume de crédito para a indústria de Mato Grosso do Sul também cresceu significativamente. Em 2024, o banco aprovou R$ 81 milhões para essa finalidade, valor muito superior aos R$ 16,8 milhões de 2023 e aos R$ 3,2 milhões de 2022.

Crescimento na região Centro-Oeste

A expansão do crédito também foi expressiva em nível regional. Somente para a Região Centro-Oeste, o BNDES aprovou R$ 29,3 bilhões em 2024, um crescimento de 98,4% em relação a 2022 e de 31,2% na comparação com 2023.

Nos últimos dois anos, o volume total de crédito aprovado pelo banco para a região chegou a R$ 51,5 bilhões, representando um aumento de 296,2% em comparação com os dois últimos anos da gestão anterior, que somaram R$ 13 bilhões.

Os setores mais contemplados na região foram agropecuária (R$ 10,4 bilhões), comércio e serviços (R$ 2,6 bilhões), indústria (R$ 7,6 bilhões) e infraestrutura (R$ 8,7 bilhões). As micro, pequenas e médias empresas receberam R$ 13,5 bilhões no período.

O financiamento para inovação empresarial no Centro-Oeste também apresentou alta significativa, atingindo R$ 823,5 milhões – um crescimento de 203,8% em relação a 2023 e de 2.548,6% na comparação com 2022, quando o valor destinado foi de apenas R$ 31,1 milhões.

O apoio às exportações na região somou R$ 100 milhões, um avanço em relação a 2022, quando o banco não liberou recursos para essa finalidade.

Expansão do crédito em todo o Brasil

No cenário nacional, as aprovações de crédito do BNDES atingiram R$ 212,6 bilhões em 2024, um aumento de 22% na comparação com 2023 e de 61% em relação a 2022.

O setor industrial se destacou, com R$ 52,4 bilhões em financiamento – um crescimento de 132% em relação a 2022. Pela primeira vez desde 2018, o crédito destinado à indústria superou os valores liberados para a agropecuária, que totalizaram R$ 52,3 bilhões.

O setor de comércio e serviços também registrou aumento expressivo, alcançando R$ 33,4 bilhões em financiamentos, um crescimento de 83% em relação a 2022.

Além das aprovações de crédito, o BNDES garantiu R$ 63,9 bilhões para micro, pequenas e médias empresas por meio de diferentes programas, como o Fundo Garantidor de Investimentos Tradicional (BNDES FGI) e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI Peac).

As consultas de crédito somaram R$ 327,7 bilhões em 2024, representando um aumento de 21% em relação a 2023 e de 127% na comparação com 2022. Os desembolsos atingiram R$ 133,7 bilhões, com alta de 17% sobre 2023 e de 37% na comparação com 2022.

Lucro e projeções para os próximos anos

O BNDES registrou lucro de R$ 26,4 bilhões em 2024, crescimento de 20,5% em relação ao ano anterior. O banco também realizou a maior injeção de crédito de sua história, com aprovações e garantias que somaram R$ 276,5 bilhões.

A carteira de crédito do banco atingiu o maior volume desde 2017, chegando a R$ 584,8 bilhões, com a menor taxa de inadimplência do sistema financeiro, de apenas 0,001%.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que muitas operações aprovadas recentemente estão voltadas para projetos de infraestrutura de médio e longo prazo, reforçando a meta de alcançar 2% do PIB em aprovações até 2026.


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