Campeão entre os temas pedidos em eventos destinados aos jovens: o empreendedorismo no agronegócio. Gosto de começar desmitificando a crença de que para empreender é preciso ter um negócio próprio. Muito pelo contrário, quando se trata do agro, as oportunidades de atuação geram um alto nível de empregabilidade.
Segundo o IBGE, os postos de trabalho ligados às atividades da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura chegaram a 9 milhões no terceiro trimestre de 2021. Esse número representa um aumento de 6,8%, referente ao mesmo período do ano de 2019, em um cenário pré-pandemia. A Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) divulgou que no primeiro bimestre de 2022, de 10.792 empregos abertos, a agropecuária apresentou 3 mil postos. Comparado a 1.557 postos no primeiro bimestre de 2021 e aos números de vagas dos outros setores, com um aumento de quase 100%, a agropecuária tem a maior taxa de empregabilidade.
Na mesma proporção que o “agro não para”, nos últimos anos o setor está lidando com desafios que fogem do seu controle, com questões climáticas, sanitárias e de política internacional que aumentaram os riscos e custos dos negócios, mas que também geraram oportunidades para aqueles que focam na inovação e na capacitação tecnológica. Empresas sólidas do mercado precisam de profissionais com a visão ampliada e holística de negócios, e que simplesmente queiram e tenham a capacidade de fazer acontecer.
Observo de forma empírica um movimento dos jovens de grandes centros para cidades do interior, em busca de oportunidades de emprego e melhores condições de vida. Muitos deles não têm ligação direta com o setor, mas buscaram qualificação para atuar nele e aproveitam as oportunidades para o crescimento profissional e mudança de padrão de vida. Outros estão retornando para os negócios de suas famílias, sejam esses de grande, médio ou pequeno porte.
Os avanços tecnológicos propiciaram a introdução de modernas máquinas agrícolas nas propriedades e evidenciaram a necessidade da capacitação no campo. Afinal, é preciso ter profissionais para operar os maquinários, realizar manutenções e transformar dados em informações, de modo a auxiliar o produtor na tomada de decisão.
No terceiro trimestre de 2021, o número de trabalhadores rurais com até 29 anos aumentou 16%, em comparação ao mesmo período do ano de 2019, com um total de 2,2 milhões de jovens no campo. Interessante observar que ao mesmo tempo o número de trabalhadores com nível superior incompleto aumentou nos últimos anos (IBGE).
Nesse contexto, enxergo dois cenários distintos: aquele composto por profissionais que atuam em áreas além das agrárias, oferecendo serviços e atendimentos de suporte às atividades agropecuárias, com serviços ligados a recursos humanos, questões tributárias e sucessórias, marketing, engenheiros ambientais e florestais, entre outros, e o cenário dos jovens que atuam diretamente na área rural, como os empregados rurais, tecnólogos, médicos veterinários, zootecnistas e agrônomos.
Ocupações que antes eram inimagináveis no agro começaram a ganhar espaço no setor com a necessidade de atender às mudanças e às novas demandas.O agronegócio está mais jovem e qualificado? Independentemente da idade, como ou onde os profissionais têm interesse de atuar no setor, empreender e inovar é essencial para manter a competitividade. As oportunidades são tantas, que têm atraído a cidade para o campo.
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