Programado em nossa memória, o envelhecimento vem atrelado a muitas doenças osteomusculares, presentes naqueles que ainda se recusam ou não adotam um estilo de vida mais saudável. Muitos desses casos são prevalentes em pacientes que atendemos no consultório de ortopedia, destacando inúmeras causas relacionadas ao aumento do peso corporal, baixa massa muscular, além de fatores nutricionais e genéticos.
As osteoartrites são as doenças mais comuns da articulação e ocorrem em cerca de 10% da população brasileira. A artrose do joelho é a mais comum dentre elas e se manifesta por dor, edema, rigidez e redução da função articular, impactando na qualidade de vida do paciente.
Embora a doença seja prevalente entre os idosos, também pode acometer indivíduos mais jovens. Seu tratamento é multimodal e tem como objetivos o controle da dor, a melhora da função da articulação do joelho e a educação do paciente. É composto pela associação entre terapia farmacológica (medicamentos) e não farmacológica (fisioterapia). Dentre as possíveis opções de tratamento para essa doença, destaca-se o uso de condroprotetores orais e injetáveis. Também podemos contar com a artroplastia total de joelho, uma cirurgia que consiste na substituição da articulação lesionada por uma prótese.
O termo “medicina regenerativa” foi usado pela primeira vez em 1992 por Leland Kaiser e, mais tarde, generalizado por William A. Haseltine (fundador da Human Genome Sciences). É caracterizada por uma terapia que emprega genes, proteínas e células humanas para crescer novamente, restaurar ou fornecer substituições mecânicas para tecidos que foram lesados por trauma, doenças ou degenerados pelo envelhecimento.
Na ortopedia, a terapia regenerativa é usada no tratamento das doenças envolvendo as articulações, ossos, tendões e músculos, tendo como principal objetivo melhorar ou restaurar a função e qualidade do tecido doente, de forma não cirúrgica (menos invasiva) ou cirúrgica, com técnicas convencionais, minimamente invasivas, videocirurgias ou infiltrações. A medicina regenerativa vem evoluindo muito na ortopedia mundial. Várias terapias biológicas já foram aprovadas pelos principais órgãos reguladores nos Estados Unidos (FDA) e Europa (EMA). No Brasil, algumas terapias e medicações já foram aprovadas pela Agência Reguladora Brasileira (ANVISA) e pelo Conselho Federal de Medicina (CRM).
As terapias biológicas mais usadas em ortopedia atualmente são as que utilizam células autólogas, ou seja, as células da própria pessoa. São exemplos bastante conhecidos o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e as células mesenquimais obtidas da medula óssea (BMAC) ou da gordura (Lipogens). Enquanto o uso dessas terapias parece ser bastante promissor, ainda existem muitos questionamentos pela sociedade médica.
Em um futuro breve, será possível iniciar o uso clínico no Brasil, que caminha mais lentamente nesse sentido. Por agora, é preciso estimular o progresso e a inovação por meio de práticas sérias e comprovadas (medicina baseada em evidências), com o endosso das agências regulatórias que regem a medicina regenerativa.
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