Os vinhos classificados como finos são produzidos com frutos advindos de videiras da espécie vitis vinífera, da qual advém as variedades Malbec, Merlot, Chardonnay, Pinot Noir, Sauvignon Blanc e mais outras seis mil catalogadas em todo o mundo. O leque é imenso e, dentre as variedades tintas, uma delas reina: a Cabernet Sauvignon, coroada como a rainha das uvas tintas.
Tal fama não é em vão. Essa uva entrega em seus vinhos excelente estrutura, complexidade aromática e gustativa, potencial de envelhecimento, diversidade em harmonização e preço de compra. Sua origem vem de um cruzamento natural das variedades Cabernet Franc e Sauvignon Blanc. Dessa fusão, surgiu o nome Cabernet Sauvignon.
Com mais de 300 mil hectares cultivados pelo mundo, a Cabernet Sauvignon tem em Bordeaux, região banhada pelo rio Gironde, na França, o local para seu trono, em solos ricos em cascalho. Nas margens do lado esquerdo desse importante rio, ela encontra as condições perfeitas para expressar sua realeza; enquanto na margem direita, a tinta Merlot brilha de forma singular. A Cabernet Sauvignon é a protagonista do famoso corte bordalês, vinho constituído por diferentes vinhos de uvas provenientes e permitidas na região de Bordeaux. Neste caso, a Cabernet entrega acidez, cor e taninos como quase nenhuma outra variedade.
Nos Estados Unidos, a Cabernet é produzida no Vale de Nappa, onde atualmente nascem os mais cobiçados vinhos do mundo. No Chile é a mais cultivada, chegou lá pelas mãos dos franceses em meados de 1850 e foi plantada entre as Cordilheiras, mais precisamente na região do Maipo.
Elegante, áspera, estruturada, resistente... Esses e outros adjetivos fazem da Cab, como é chamada carinhosamente nos Estados Unidos, a queridinha das uvas tintas. Seus vinhos entregam aromas de frutos roxos, frutas vermelhas bem maduras, além de especiarias, cedro e sua famosa nuance vegetal que remete ao pimentão verde - tudo a depender da região de cultivo, obviamente (o que é o mais interessante no mundo do vinho).
No Brasil, é protagonista entre as tintas, caminhando ao lado da Merlot e, muitas vezes, formando blends que entregam uma elegância cheia de brasilidade, como é o caso do renomado Miolo Lote 43.
Com as dimensões continentais no nosso país, a pluralidade de condições climáticas e de solos proporcionam variados níveis de Cabernet e um exemplo disso é o Tabocas Madeira, um dos vinhos nacionais mais singulares. As uvas são cultivadas em Santa Tereza, no Espírito Santo, na região do Vale do Tabocas. Por lá, as vinhas sofrem controle de rendimento para terem cachos mais concentrados, o que reflete no produto final.
O Tabocas Madeira tem ainda um fator a ser somado à qualidade típica da variedade Cabernet Sauvignon: ele é envelhecido por 6 meses em barricas de jequitibá-rosa da Amazônia, o que o torna ainda mais único. Com apenas 3.050 garrafas produzidas na safra de 2018, o vinho já é raro no mercado nacional, sendo a 067 vinhos, em Mato Grosso do Sul, uma das poucas distribuidoras com estoque à pronta-entrega para todo o Brasil.
A harmonização para os Cabernet são variadas, mas quem não quer errar pode apreciá-lo com uma boa carne vermelha, além de molhos encorpados e pizzas em geral.
Um brinde a essa versátil uva tinta que, com bravura, se adapta pelo mundo levando o bom vinho à boa mesa. Saúde!
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