O Brasil ainda está distante de ser considerado um país que prepara suas crianças e jovens para empreender. Nossa cultura precisa mudar muito para que, um dia, sejamos considerados um celeiro de formação de empreendedores. Contudo, aos poucos, isso vem mudando.
Felizmente, os nossos políticos, mesmo que a passos lentos, têm apoiado essa mudança. Vide a tramitação do Projeto de Lei n.° 2.944/2021, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), para incluir os temas “empreendedorismo” e “inovação” nos currículos da educação básica e superior.
Todos nós sabemos que os pequenos negócios são os verdadeiros geradores e mantenedores de empregos em nosso país, mas boa parte deles não surgiu como opção dos empreendedores, e sim por necessidade. Isso mostra a força e a determinação de nossa população quando o assunto é se adaptar e superar dificuldades. Entretanto, não podemos nos contentar com isso, precisamos preparar melhor os nossos jovens, para que o ato de empreender passe a acontecer mais por opção e menos por “pressão”.
Geralmente quando “nasce” um(a) empreendedor(a) por necessidade, ele(a) não tem o mesmo tempo e oportunidade para se preparar para o que está por vir, como geralmente ocorre com quem “opta” por empreender e tem tempo para estudar o setor e buscar o conhecimento necessário antes de dar o primeiro passo.
Em muitos países, as crianças são incentivadas a empreender desde muito cedo, vendendo sucos ou até mesmo realizando bazares com seus brinquedos usados para poder comprar novos. Ao fazer isso, eles aprendem o básico do empreendedorismo, que é a arte da negociação, a preparação do produto/serviço, manutenção do estoque, gerenciamento de caixa, entre outros aprendizados que acontecem naturalmente durante esse exercício. Aqui no Brasil, nossas crianças, de várias gerações, foram “preparadas” para buscar estabilidade no emprego e jamais assumir riscos, infelizmente.
Para auxiliar os empreendedores, em especial aqueles que iniciam por necessidade, sem o devido conhecimento e preparo, podemos contar com instituições como o Sebrae, que tem se destacado e impactado muito positivamente na história do empreendedorismo nacional, porém não é a única referência do setor. Felizmente, a cada dia surgem mais instituições, novas e antigas, que se reinventam para apoiar os que estão lutando para manter seu negócio operando e crescendo.
Como case de uma instituição antiga que não parou de inovar, cito o programa Acelera FIESP, que começou como Comitê e se tornou Departamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), onde fui diretamente impactado nos eventos e hoje tenho a honra de fazer parte do quadro de diretores voluntários. Vale a pena pesquisar um pouco sobre as atividades oferecidas para toda a população, principalmente em relação aos Concursos de Investimento Anjo, Hackathons, Ideathons e Salas de Crédito, tudo realizado para apoiar quem está iniciando e/ou em busca de inovação para seu negócio.
Sendo por opção ou necessidade, o grande segredo para empreender está na busca de parceiros, conhecimento e formação de um bom time de colaboradores.
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