Quando o assunto é empreendedorismo, aquela velha máxima que diz “em time que está ganhando não se mexe” precisa ser esquecida. Inovar é a chave para manter um negócio no mercado e continuar crescendo.
Durante a Feira do Empreendedor de 2018, que é organizada pelo Sebrae-SP na capital paulista, tive a oportunidade de representar a FIESP em uma ação de mentoria de inovação para os pequenos e microempreendedores que por ali circulavam.
No evento, tive o prazer de conhecer a história de dezenas de empreendedores, pessoas simples que estavam lutando para construir ou manter seus pequenos negócios. Histórias inspiradoras de pessoas que deixaram um pouco delas comigo e levaram um pouco de mim com elas, numa contribuição bilateral. Um desses empreendedores, em especial, me surpreendeu durante a abordagem e, de certa forma, me desafiou. É sobre essa história que vamos tratar nesta coluna.
Entre uma sessão e outra de mentoria, ficávamos no corredor abordando os participantes da feira, que passavam curiosos para saber o que a FIESP estava oferecendo ali naquele estande. Em geral, eu falava “estamos aqui para te auxiliar a inovar e quem sabe transformar seu negócio em uma startup”.
Em um determinado momento, um senhor muito simples me respondeu: “Obrigado, mas isso não é pra mim”. Aquela resposta mexeu comigo, perguntei se ele me daria permissão para provar que ele estava errado (eu não fazia ideia de qual negócio teríamos que inovar naquele momento). Ele me olhou com um semblante desconfiado, mas aceitou o desafio. Os próximos 30 minutos impactaram tanto a vida dele quanto a minha.
Ele me contou que tinha uma oficina elétrica automotiva no quintal de casa, sem nenhum funcionário e com poucos equipamentos, mas que possuía um grande conhecimento adquirido durante os anos que trabalhou em outras oficinas, além de uma boa quantidade de clientes - mais clientes do que conseguia atender.
Perguntei se ele seria capaz de treinar outras pessoas a executar parte do trabalho e ele afirmou que sim, citando que gostava muito de ensinar. Novamente o questionei se ele conhecia alguém que estivesse desempregado e que aceitaria receber um treinamento básico para atender casos simples e de fácil solução, para posteriormente receber por comissão de serviço executado. Ele pensou um pouco e disse que sim, que um conhecido estava procurando emprego e que tinha o perfil ideal.
O primeiro passo estava dado. Ele treinaria seu primeiro “parceiro” e a próxima missão seria encontrar e capacitar novos parceiros. Assim, enquanto ele atendia os clientes e captava novos, iria encaminhar os serviços excedentes para o parceiro mais próximo e com maior capacidade de solução do caso relatado.
Com o passar do tempo, ele apenas receberia a demanda dos clientes e selecionaria o parceiro mais próximo para atender. Então, investiria em um sistema para automatizar os processos e, com isso, teria criado sua própria startup, podendo capacitar profissionais e direcionar serviços para outras pessoas e para todo o mundo, ao invés de ficar preso ao quintal de sua casa. Infelizmente, não me recordo do nome daquele senhor, mas a forma com que ele me olhou ao agradecer a mentoria ficou gravada em minha memória.
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