Obesidade e a dificuldade em emagrecer: As dificuldades de manter o corpo saudável

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27/04/2022 00h00 - Atualizado em 24/05/2022 às 11h59

O mundo mudou drasticamente em dezembro de 2019. O surgimento de um novo vírus veio para transformar algumas prioridades na vida, e pessoas que nunca se preocuparam com a saúde passaram a entender a necessidade de cuidar do corpo. É muito claro em todos os estudos e na epidemiologia do coronavírus, que a maior chance de mortalidade está em pacientes que apresentam comorbidades e que estão acima do peso. Mas, afinal, por que muitos tentam e não conseguem emagrecer? Eu acredito que não é falta de vontade nem de tentativas.

As dificuldades podem ter causas diversas e estudos apontam (e verifico na prática) que a maioria das pessoas não consegue emagrecer apenas com a melhora da alimentação e intensificação dos exercícios físicos. Não é tão fácil como parece e nem como falam: “É só cortar o pão e o arroz que emagrece”. A obesidade é uma doença multifatorial, inflamatória, metabólica, psicológica, psiquiátrica e, ainda, o mais importante, recidivante (ela volta). Ela não possui cura; porém, hoje existem tratamentos que podem e devem ser feitos por toda vida, em alguns casos.

Outro fator preocupante é que a alimentação do brasileiro tem piorado muito, seguindo a tendência ocidental. Tínhamos uma alimentação privilegiada, baseada essencialmente em arroz, feijão, hortaliças e carne. Hoje observamos a disparada dos preços desses alimentos no mercado e a sua substituição por alimentos ricos em carboidratos e açúcares simples, com pouco valor nutricional e alto valor calórico. Exemplos são o macarrão, o biscoito recheado e produtos processados. Como resultado, a obesidade invadiu as periferias e se tornou um problema de saúde pública, já que muitas pessoas acabam adquirindo comorbidades sem sequer saber. E pouquíssimas delas têm acesso a tratamentos para controle dessas doenças crônicas, aumentando a chance de contrair quadros graves de Covid-19, dentre outras doenças infecciosas.

Também é importante ressaltar que a atividade física é inegociável. Quem não constrói músculos durante a juventude tem dificuldades para emagrecer no futuro. Muita gente chega em meu consultório falando que não come muito e eu acredito, principalmente, quando relata sedentarismo por um longo período. Quem não tem massa magra não gasta energia; e quem gasta pouca energia tem dificuldade em alcançar o déficit calórico (comer menos calorias do que gasta). Quem se exercita também tem sua imunidade melhorada - fato notório. Além disso, estudos da Universidade Estadual de São Paulo (USP) associaram a produção da irisina (hormônio produzido pelo músculo esquelético durante o exercício) a um certo grau de proteção contra o coronavírus.

Não podemos negligenciar, nem muito menos ignorar, que estamos vivendo uma pandemia de obesidade, muito antes da que surgiu recentemente. A melhor saída é identificar o problema e procurar ajuda profissional, de médico, nutricionista, educador físico e, em alguns casos, até de psicólogo. Também é muito importante tirar o sentimento de culpa; muitas vezes, é ele que impede a busca pela mudança. Cuidar de nossa primeira casa neste mundo, o nosso corpo, é fundamental para encararmos os desafios que virão com o passar do tempo e da idade.

LINK|-|https://drive.google.com/drive/folders/16HTtIAWkKNtzSWYLsb3oOoqehl3sVPaF|-|1° Edição CGCity


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