Durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021, a COP26, que aconteceu em novembro na Escócia, o Brasil mais uma vez foi escopo do teatro europeu. O país não é o vilão do aumento de temperatura do planeta, acredite!
Claro que não podemos negar que há sim aquecimento global, nem podemos deixar de reconhecer que as interferências do homem nos ecossistemas estão afetando o clima de todas as formas. Isso foi evidenciado em eventos climáticos recentes, bem aqui no Mato Grosso do Sul, ocorridos nos últimos três anos.
Segundo pesquisadores da Embrapa Pantanal, que fica em Corumbá, 2021 foi o terceiro ano consecutivo com baixo volume de água no sistema hídrico do estado. A prova mais evidente foi a seca que aconteceu em 2020 e culminou em vários incêndios no Pantanal, uma das maiores catástrofes ambientais dos últimos 15 anos.
Assumindo essa afirmativa, de que há sim um aquecimento global em andamento, nos vemos diante de um impasse: alimentar as pessoas ou preservar a natureza? Difícil responder de bate pronto ao questionamento, não é?
Mato Grosso do Sul enviou representante a Glasgow, na 26ª COP, que apresentou as ações implementadas para reduzir os efeitos da interferência, em especial do agronegócio, nas mudanças climáticas. O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, foi o representante do MS no encontro e mostrou as políticas públicas locais que promovem a redução de carbono na atmosfera, como o Estado Carbono Neutro, cuja meta, extremamente audaciosa, é a de zerar a emissão de carbono até 2030.
O secretário apresentou como o Governo do Estado de MS implementou uma política pública de sustentabilidade em seus programas. Em sua fala, deu destaque para o combate ao desmatamento ilegal, com ferramentas como o CAR (Cadastro Ambiental Rural); o uso de tecnologias sustentáveis como a integração lavoura pecuária, que permite a mitigação das emissões; a carne carbono neutro e a carne orgânica e sustentável do Pantanal - assuntos que trouxemos em edições anteriores da CG City.
Na COP26, o Ministro do Turismo do Brasil, Gilson Machado, ao contestar a ministra francesa Bárbara Pompili, mostrou como está de fato a conservação dos nossos ecossistemas com auxílio de dados levantados pela Agência Espacial Americana, a NASA. Rebatendo críticas no G20 disse: “Dá vergonha alheia ouvir de vocês que a Amazônia pegou fogo, acabou! Dos 78% dos gases que causam o efeito estufa emitidos na atmosfera, [e muitos desses países da Europa já emitem há mais de 200 anos] o Brasil emite apenas 2,9%. Aqui não!”, bradou o ministro com veemência ao grupo dos maiores países poluidores do planeta.
Podemos dizer que o Brasil deu um show na COP 26 ao apresentar números que comprovam a sustentabilidade e preservação das nossas florestas, mesmo sendo o terceiro maior produtor de alimentos do mundo.
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