Consequências mundiais : Efeitos da guerra da Rússia contra a Ucrânia

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28/04/2022 00h00 - Atualizado em 08/06/2022 às 11h24

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Por consequência, temos um intensivo uso de fertilizantes nas produções, essenciais para manter a fertilidade do solo e atender às necessidades da cultura. Nosso agronegócio é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, somos também os maiores importadores. Porém, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia está causando apreensão dentro do setor.

Mas por que tanta apreensão se a crise está ocorrendo no leste europeu? A resposta é simples: de acordo com balanço da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), nosso agronegócio importa cerca de 85% dos fertilizantes que consome; destes, mais de 30% vêm da Rússia e Belarus, parceira do governo russo na guerra.

Mais cedo ou mais tarde, os efeitos da guerra vão chegar ao Brasil, afetando a oferta de fertilizantes ao nosso agronegócio. Dessa forma, a atual crise pode impactar nossa produção agrícola de várias maneiras.

Mais cedo ou mais tarde, os efeitos da guerra vão chegar ao Brasil, afetando a oferta de fertilizantes ao nosso agronegócio. Dessa forma, a atual crise pode impactar nossa produção agrícola de várias maneiras.

A primeira: o preço dos fertilizantes deve subir. As cotações dos fertilizantes ainda não variaram de forma muito significativa, porém, as incertezas quanto ao preço desses insumos voltaram à pauta no agro brasileiro. A alta dos preços dos fertilizantes se deve às sanções que a Rússia está sofrendo.

erromper sua exportação de gás natural, elevando os preços dessa que é a principal matéria-prima para fertilizantes nitrogenados. Essas sanções também elevaram os preços dos fretes marítimos, principalmente devido ao elevado custo do seguro logístico. Por consequência, o preço dos fertilizantes se elevará. Ou seja, pelo menos durante a guerra será muito difícil, para não dizer impossível, comprar fertilizantes da Rússia ou de Belarus.

A segunda questão é a dúvida se haverá falta de fertilizantes para o Brasil. A resposta é que ainda não sabemos! Dados do Ministério da Agricultura indicam que o Brasil possui fertilizantes suficientes para o plantio até outubro. A safrinha de milho já está acontecendo, mas a safra de verão, que se iniciará no final de setembro/outubro, será motivo de grande preocupação. Em nota ao mercado, a Anda ressaltou que o Brasil tem estoque de fertilizantes por mais três meses. Depois disso, ainda paira a incerteza quanto à safra de verão.

O último ponto é: da crise, surge a oportunidade. Mesmo que uma solução emergencial seja encontrada para a crise de fertilizantes, já se sabe que nosso maior negócio de exportação não pode estar tão exposto ao que acontece do outro lado do planeta. Por isso, mesmo que a guerra não seja benéfica para ninguém, o agro nacional pode tirar algumas lições e oportunidades dela, com a busca dos produtores por alternativas caso a guerra se prolongue, como: o uso racional de fertilizantes, a adoção de ferramentas de agricultura de precisão, a substituição de fertilizantes por biofertilizantes, a adoção de práticas de agricultura regenerativa e a rotação de culturas com foco na melhoria da qualidade do solo.

Por fim, a expectativa é que o cenário atual estimule o governo a lançar, já nos próximos dias, o Plano Nacional de Fertilizantes, reduzindo a dependência do Brasil da importação desses insumos.

LINK|-|https://drive.google.com/file/d/19luN89ywbfCeEaZTcEZ_KKa2vyBczLB6/view?usp=sharing|-|10° EDIÇÃO CGCity


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