Pulverização patrimonial: A infalível metodologia para falir seu patrimônio

Claro que não devemos colocar todos os ovos na mesma cesta, mas para que pôr os ovos em 10 cestas de palha se podemos dispor em 3 cestas de aço?

30/04/2022 00h00 - Atualizado em 11/05/2022 às 14h46

Imagine: um jovem empreendedor começa a ter sucesso com sua empresa já no auge dos seus 27 anos. Seu empreendimento gera receitas crescentes ao longo do tempo, ele desenvolve processos que melhoram suas margens ano após ano, aumenta o número de funcionários, escala seu negócio de modo sustentável e sem alavancagem. Um cenário ideal, mas nada incomum no mundo dos negócios.

Dez anos depois, espera-se que esse jovem, agora com 37 anos, tenha acumulado um patrimônio significativo - afinal, só a distribuição de dividendos viabilizada pela sua empresa já o colocaria numa posição de independência financeira para o resto da vida. Então, ele poderia aproveitar mais sua família e seus filhos recém-nascidos, trabalhar menos e viver sem preocupações. Um outro cenário também ideal, mas infelizmente nada comum. Por quê?

A tão sonhada prosperidade, quando alcançada, pode se transformar em preocupações por uma má administração de recursos através da pulverização. Saber ganhar dinheiro é diferente de saber gerir o dinheiro que se ganha. Durante a construção patrimonial, quanto maior o capital acumulado, mais ‘’oportunidades’’ são apresentadas (com aspas mesmo), que logo serão dores de cabeça (sem aspas).

Os produtos financeiros de altíssimas taxas oferecidos pelo gerente do banco; o consórcio contratado que não vale a pena; a abordagem de venda agressiva da incorporadora que insiste em vender imóvel na planta como investimento, mas que sequer vence a inflação; o lote que o cunhado oferece com promessas de asfaltamento no bairro, que só sairão ao final da próxima eleição; diversas casas para alugar que estão desocupadas e gerando despesas; o inquilino que não paga as contas, mas também não sai do imóvel; e a sensação sufocante, todo início de ano, de pagar toneladas de impostos que nitidamente não trazem qualquer retorno.

Tudo isso porque transformamos em passivos um patrimônio pulverizado e que não gera renda nenhuma, apenas despesas e compromissos financeiros, isso sem considerar os artigos de diferenciação como carros e motos. Mas o que fazer? O que as pessoas incomuns que possuem paz financeira nessa etapa da vida têm em comum?

Warren Buffett e Charlie Munger, na conferência anual de acionistas da Berkshire Hathaway de 1999, foram categóricos ao mostrar como a diversificação excessiva dos investimentos queima o poder de compra temporalmente e, no máximo, o mantém na média. Esse conceito do mundo dos investimentos também se aplica gestão do patrimônio.

Na conferência de 1999, Buffett e Munger derrubaram a crença infundada de que pulverizar capital diminui os riscos. Claro que não devemos colocar todos os ovos na mesma cesta, mas para que pôr os ovos em 10 cestas de palha se podemos dispor em 3 cestas de aço? Por que aplicar em ‘’oportunidades’’ de senso comum (palha) se podemos transformar o patrimônio num ativo gerador de renda (aço). Solução?

Finalizo com uma dica de Buffett, o maior investidor de todos os tempos: ‘’utilizar a Bolsa de Valores para encontrar três negócios incríveis é mais do que você precisa nesta vida para ir muito bem.’’

LINK|-|https://drive.google.com/file/d/19luN89ywbfCeEaZTcEZ_KKa2vyBczLB6/view?usp=sharing|-|10° EDIÇÃO CGCity


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