Boi orgânico: Conheça a iniciativa de pecuária sustentável e seus benefícios

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01/05/2022 00h00 - Atualizado em 25/05/2022 às 12h02

Boi verde, boi de capim, boi natural, boi biológico, boi carbono neutro, boi orgânico. São várias as denominações para os meios de criação animal baseados na conservação ambiental e sustentabilidade. Mesmo que cada um deles tenha sistemáticas diferentes, os objetivos são similares: produzir e preservar.

Nesse universo, transita o método conservacionista baseado na produção orgânica. A definição de “sistema orgânico de produção agropecuária”, na legislação brasileira, está sedimentada na Lei n. 10.831, de 23/12/2003. No entanto, foi somente em 2007, com a publicação do Decreto n. 6.323, que o critério foi disciplinado.

Para que um produtor seja classificado como “orgânico”, ele precisa cumprir um protocolo que inclui produção, armazenamento, rotulagem, transporte, certificação, comercialização e fiscalização de seus produtos. No caso dos bovinos, deve-se observar a criação sem antibióticos nem hormônios sintéticos, ração sem grãos transgênicos e pastagens livres de herbicidas.

Mas qual a finalidade de produzir alimentos com esse apelo? De acordo com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), os objetivos são muitos, em especial: maior segurança alimentar, preservação da diversidade biológica, uso de práticas de produção que preservam águas, solo e ar, reciclagem dos resíduos orgânicos, entre outros.

Há quem se preocupe com todos esses quesitos, tanto quem produz, quanto quem consome, mas não existem números precisos que contemplem todos os indicadores sobre a produção nacional e mundial. No entanto, alguns levantamentos feitos em 2017 por entidades como a Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (Ifoam) e o Instituto de Pesquisa de Agricultura Orgânica (FiBL), demonstram que 181 nações avançaram 11% na produção e no consumo no ano de 2000 e 30% em 2015, especialmente em regiões desenvolvidas economicamente, como Europa e USA.

Mato Grosso do Sul tem um exemplo de produção pecuária orgânica baseada nos conceitos e objetivos descritos acima e que desperta a atenção mundial. É o “Boi Orgânico do Pantanal”, que ganhou protocolo de certificação em 2017 após a Associação Brasileira dos Produtores Orgânicos (ABPO) ter iniciado atividades em 2001 com esse objetivo. A ideia da associação foi impulsionada com o apoio da WWF/Brasil, ONG internacional que atua na conservação da natureza dentro do contexto social e econômico.

Em quase 20 anos, a ONG já ajudou na certificação de quase 200 mil hectares de pecuária sustentável no estado, em especial na planície pantaneira, que ainda tem 82% de seu bioma preservado. Se comparado com os 60% da Amazônia, 50% do Cerrado e 12% da Mata Atlântica, o Pantanal está praticamente preservado em quase 300 anos de ocupação pelo homem.

Atualmente, 15 pecuaristas da região pantaneira estão associados ao projeto e, juntos, somam 80 mil cabeças de gado. No Brasil, são produzidas mil toneladas de carne bovina orgânica por ano, crescimento de 60% se comparado ao período entre 2013 a 2015. O mercado está em expansão global, com expectativa de dobrar até 2027 sobre os U$ 8 bilhões negociados hoje.

LINK|-|https://drive.google.com/file/d/1M5sNADZT7IFZaTKfD4UU2CB0DtCUhxw2/view?usp=sharing|-|4° EDIÇÃO CGCity


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