O mundo mudou, e muito rapidamente nos últimos anos. Com o avanço exponencial das novas tecnologias, inclusive em consonância com a Lei de Moore, profetizada em 1965 pelo então presidente da Intel (segundo a qual o poder de processamento dos dispositivos dobraria a cada 18 meses), e ampliação do acesso da população a tais recursos, nota-se que a realidade contemporânea, sobretudo em relação a interações, é bem diferente daquela que vivíamos até algum tempo atrás.
Sem olvidar a necessidade de maior inclusão digital, já que pela pesquisa TIC Domicílio 2020, 83% dos domicílios brasileiros já têm acesso à internet, certo é que estamos, hoje, diante de um mundo muito mais conectado, dialógico, responsivo e dinâmico – onde as pessoas, já acostumadas com automação, conseguem obter quase tudo com alguns cliques em seus celulares. Aliás, muita gente até prefere ser atendida por meio de máquinas do conforto de seu lar do que ter que se deslocar para falar com humanos. E tudo bem!
A preocupação que organizações públicas e privadas devem ter – para permanecerem úteis no hodierno contexto (que requer eficiência) – é de continuar agregando, de forma sustentável, valor aos clientes, os quais exigem respostas cada vez mais imediatas, precisas e definitivas. Para Klaus Schwab, vivenciamos agora a 4ª Revolução Industrial. Os clientes de hoje, porque têm infinitas opções na palma da mão, querem praticidade, velocidade e qualidade em seus atendimentos, não mais se contentando com produtos e serviços que deixam a desejar, sob pena até de “cancelamento”.
O Poder Público, que foi criado e existe, com elevados custos, para servir aos cidadãos, atenta ao crescimento e à democratização do universo digital, também tem tentado acompanhar esse progresso. Do seu jeito e no seu tempo, já que a gestão pública é tradicionalmente burocrática, os órgãos estatais têm buscado implementar soluções computacionais para otimizar seus processos.
Embora seja louvável a iniciativa de inserir novas tecnologias nas repartições públicas, essa implantação, pela imperiosidade de apressar resultados factíveis num ambiente historicamente moroso, não raras vezes, tem ocorrido de maneira atabalhoada. Muitos gestores – no afã de obterem reconhecimento pela modernização levada a efeito e colherem louros da exitosa empreitada – estão simplesmente aplicando e permitindo incrementos tecnológicos sobre as desorganizadas, truncadas e obsoletas rotinas de trabalho já existentes. Por não gerenciarem nem aperfeiçoarem tais processos, apenas otimizam, com ferramentas high-tech, as ineficientes rotinas laborais que eram executadas.
Assim, para evitar que a inovação acabe atrapalhando a performance das organizações, é salutar uma arrojada gestão dos processos antes e durante o emprego das soluções tecnológicas. Inclusive, na dinâmica realidade contemporânea, objetivando alcançar resultados mais tangíveis e em menos tempo, o BPM Ágil, que inclui métodos ágeis para desenvolvimento de software no tradicional BPM (Business Process Management), vem ganhando destaque – reforçando, até sob essa ótica, a imprescindibilidade da tecnologia para a gestão pública.
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