De acordo com a pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2019, pelo menos 20% da população brasileira apresenta obesidade. Ou seja, está com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma: a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar. E mesmo com todos esses índices, no mundo virtual, as pessoas aparecem cada vez mais magras, esbeltas e com barrigas “de tanquinho”, até mesmo pouco tempo depois de terem tido filhos. A distância entre o corpo da modelo para o corpo da média das mulheres aumenta e, com isso, aumentam também a pressão, o julgamento e a cobrança em busca desses corpos inatingíveis.
Mesmo sabendo que há edição com Photoshop para a melhora de fotos - e que quem trabalha com o corpo tem um cuidado especial com ele, por isso investe mais tempo e dinheiro em tratamentos estéticos e até mesmo cirurgias invasivas do que uma mulher comum - esse padrão acabou se estabelecendo, mesmo que inconscientemente, como um corpo desejável. A imagem perfeita, que não é real.
Quantas mulheres você conhece, fora das redes sociais, que possuem um corpo considerado “perfeito”? Com a barriga negativa, bumbum sem estrias, celulites e com a pele do rosto sem marcas, linhas e poros? Uma ou duas? Ou talvez nenhuma? Isso porque, para ter um corpo assim, são necessárias restrições severas, treinos extremamente intensos e, muitas vezes, procedimentos invasivos e tratamentos que não cabem no orçamento da maioria das pessoas do nosso convívio.
Mensagens como “fique pronta para o verão” passam a ideia de que o nosso corpo, do jeito que está, não serve para usar uma roupa de banho, e que precisamos de tal dieta para poder “ficar bem no biquíni”. Nossas primeiras manifestações de consciência corporal são negativas, impulsionadas por imagens inatingíveis, ao invés de serem pautadas por uma preocupação genuína sobre como vamos cuidar da saúde a longo prazo.
As pessoas nunca estarão satisfeitas com quem você é. Uma hora gorda, outra hora muito magra ou cheia de músculos. Mas e você? Como você se sente dentro do seu corpo? Faça por você, não pelos outros. Blinde-se da carga de culpa gerada por terceiros. Se você se sente mal e se compara o tempo todo com uma realidade que, dentro do seu presente, não é possível, pare de seguir a pessoa nas redes sociais. Não dê audiência para tal perfeição (que muitas vezes está editada). Corte o “mal” pela raiz.
Não que você não deva se importar com a estética do seu corpo, mas isso não deve ser o foco para ter sucesso em seu processo de emagrecimento a longo prazo. Saúde e bem-estar sempre em primeiro lugar. O resto é consequência.
Você não precisa ser igual à famosa das redes sociais nem parecer a blogueira “tal” para ser bonita. Você precisa ser você, e buscar sempre sua melhor versão de dentro para fora. E quem escolhe quem você é, e como você deve ser, é você mesma, não quem a sociedade impõe que você seja.
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