Os conflitos entre crianças são muito comuns e podem ser bastante desgastantes para os pais, especialmente durante as férias, quando as brigas se intensificam com o aumento do convívio em parquinhos, clubes e condomínios. Quando se trata de conflitos entre irmãos, nós, pais, precisamos cuidar das nossas expectativas em relação a esse convívio, pois os desentendimentos são inevitáveis e é justamente com eles que as crianças aprendem.
As desavenças são oportunidades para aprender sobre resiliência, capacidade de lidar e resolver problemas, empatia, escuta, respeito ao espaço do outro e habilidades de negociação. Os conflitos nunca têm base apenas no ciúme e, às vezes, são as nossas falas que acirram certas disputas, levando a criança a pensar que existe favoritismo. Quando percebermos esse incômodo, devemos recorrer ao acolhimento: “Eu entendo, filho. Sabia que eu também já me senti assim? Me parece que você está sentindo ciúme da sua priminha.”
Além dessa estratégia, outras iniciativas podem ser utilizadas para lidar com conflitos:
1) Foque no vínculo. Pergunte ao seu filho como ele sabe que você o ama e como é que, dentro dele, sabe e sente que é amado por você. Quanto mais seguros e amados nossos filhos se sentirem, menos precisarão competir pelo amor dos pais.
2) Descubra a intenção. Reflita: seu filho está buscando sua atenção quando briga?
3) Use a técnica do reconhecimento. Observe a situação sem querer resolver o problema, com o intuito apenas de entender o que o seu filho está dizendo: “Você quer que eu fique aqui brincando com você, sem ir ver o bebê agora, né?”
4) Estabeleça limites claros. “Nessa casa não batemos”. “Nessa casa não gritamos”.
5) Defina limites de propriedade. Avise que todos os brinquedos que estão na sala são de todos e, caso a criança queira guardar algum em especial, os brinquedos ficarão no quarto e os irmãos precisam pedir permissão para usar. Use esse limite também quando um irmão não quiser brincar, ele tem o direito de ficar no quarto sem ser incomodado.
6) Encoraje os filhos a falar o que sentem. “Percebo que quando você está chateado, você fica agitado. O que pode fazer para se sentir melhor?”
7) Ensine a pedir o que se quer, sem resmungos ou gritos. “Pode falar com seu tom de voz normal filho, estou ouvindo. De que precisa?”
8) Ensine a reparar. “Vi que o livro caiu nos blocos que seu irmão estava montando, vamos juntos ajudá-lo a reconstruir.”
9) Não force para dividir. Dividir também é respeitar o espaço e tempo do outro. Ensine a:
- Sugerir trocas: “Eu te dou esse carrinho e você me deixa brincar com o lego?”
- Definir tempo: “Vamos brincar agora com cartas e aí, depois de uns 20 minutos, com o jogo que escolheu”.
- Buscar o entendimento sozinho, atribuindo responsabilidades: “Eu não tenho nada a ver com essa briga, isso é entre você e seu irmão. Confio que podem resolver”.
Lembre-se: educar com respeito é um desafio diário, mas com pequenos passos é possível conseguir conquistar mais leveza nessa relação!
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