Ajuda genuína: O suporte emocional é mais importante que a intervenção direta

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09/09/2021 00h00 - Atualizado em 28/09/2022 às 15h48

Certo dia, um homem estava caminhando e encontrou um pequeno casulo na calçada. Olhou, pensou e resolveu levá-lo para casa. No dia seguinte, viu que havia um buraco no casulo e que uma pequena borboleta estava lutando para sair. Ele ficou observando a cena por algumas horas e, de repente, percebeu que ela tinha parado de lutar, parecia que havia se rendido.

O homem ficou sentido e, com delicadeza, aumentou o buraco para que a borboleta pudesse sair. Depois de um tempo, finalmente ela saiu, mas seu corpo estava fraco e suas asas ainda eram pequenas. O homem achou que isso era normal e continuou a observar, esperando que a borboleta abrisse as asas e voasse para longe. Infelizmente, a borboleta apenas se arrastou em círculos e nunca chegou a alçar voo.

Gosto muito dessa história porque me faz pensar que, ao longo da vida, precisamos cometer nossos próprios erros para aprender e amadurecer. Se intervirmos sempre e resolvermos tudo no lugar do outro, estaremos tirando a chance de aprendizado, oportunidade que pode ser muito valiosa.

A verdade é que, em alguns casos, a melhor forma de ajudar é ficar ausente. Muitas vezes nossa intervenção direta não é necessária, apenas nos resta dar o suporte emocional. Existem questões que não podemos resolver para os outros, somente podemos apoiar, dando a certeza de que estamos ali, ao lado.

De fato, não importa o quanto se ama uma pessoa, não se pode suportar todo o seu sofrimento ou resolver os problemas em seu lugar. Cada um deve encarar e superar os seus próprios desafios.

Mas, Heitor, você está sendo muito duro, então nunca devemos nos envolver? Apenas pense: se uma pessoa sempre tiver alguém que resolva os problemas em seu lugar, ela se tornará emocionalmente incapacitada e frágil. Uma vida sem obstáculos não permite crescimento e evolução. Na verdade, sequer permite autoconhecimento, pois somente descobrimos quem realmente somos e até onde podemos chegar quando estamos em situações extremas.

Buscar um atalho e permitir que os outros resolvam nossos problemas quase nunca é o melhor caminho. É verdade, podemos chegar mais rápido assim, mas se a próxima corrida for mais intensa, não sairemos inteiros, porque não estaremos prontos.

Pense assim, se você agir de forma superprotetora com as pessoas que realmente importam para você, talvez não permita que elas estendam a suas asas e tire delas a chance de se conhecer e de testar o seu potencial.

Além disso, se você sempre foca em resolver problemas dos outros às custas de suas próprias energias positivas, ainda que bem intencionadas, pode gerar o inverso: contribuir para a criação de pessoas egoístas, que esperam que os outros estejam sempre à disposição. E a consequência disso é lógica: pessoas assim muito provavelmente não saberão reconhecer os grandes sacrifícios feitos por ela.

Ajuda genuína? Sim, sempre busque isso. Mas quando alguém realmente precisar de suporte, nas situações em que recursos psicológicos ou físicos da pessoa a impeçam de avançar. E, mesmo assim, a ajuda quase nunca deve resolver o problema e sim fornecer ferramentas para auxiliar o outro a encontrar o melhor caminho.

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