Seu filho não lhe ouve? O que está acontecendo?

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24/05/2022 00h00 - Atualizado em 29/05/2022 às 09h54

Quem de nós nunca se pegou repetindo a mesma frase para os filhos, diversas vezes, sem nenhum retorno? Frases como: “Não sobe aí!”, “Desce já, é perigoso!”, “Não pula assim, não pode”, “Não coloca o dedo na tomada!”, “Já falei mil vezes que não!”. Tenho certeza de que, assim como eu, você também já passou por isso.

Precisamos cada vez mais conhecermos as fases do desenvolvimento infantil e entendermos que muitos dos nossos pedidos não poderão ser atendidos pela criança. Esse comportamento, que num primeiro momento parece tão desafiador, simplesmente acontece porque a criança ainda não possui maturidade cerebral para lidar com as suas emoções e curiosidades.

Nossa dificuldade, como adultos, é compreender que o controle do impulso ainda demora a acontecer nas crianças, principalmente em atividades que envolvam movimento. O cérebro, ainda não amadurecido, tem dificuldade para controlar o impulso de correr, pular, saltar, mexer! Quando pedimos que não corram, eles já estão correndo! Quando pedimos para não mexer, eles já estão mexendo. Então, se a curiosidade e o movimento é algo inato ao ser humano e a criança ainda está descobrindo o mundo, como podemos permitir que essa exploração aconteça da melhor forma?

A primeira estratégia é redirecionar a criança para outra atividade, principalmente as menores de três anos. Coloque o foco dela em algo que não ofereça risco. Se ela estiver mexendo na tomada, conduza ela para outro local onde ela possa brincar. Se ela estiver subindo na mesa, retire com gentileza e explique que na mesa fazemos refeições e que as cadeiras são feitas para sentar.

A segunda estratégia é observar a curiosidade da criança, com olhos atentos, e se questionar: O que ela pretende fazer? Qual a intenção dela? O que despertou a curiosidade dela? Qual a necessidade dela nesse momento? Algumas vezes, por estarmos ansiosos, acabamos interferindo nesse processo e deixamos de observar. Se a atividade não oferece risco algum, fica aqui o convite para praticar a observação.

Uma terceira estratégia é saciar a curiosidade da criança. Digamos que ela viu alguns enfeites muito delicados na prateleira e resolveu pegar. Antes de você dizer que não pode, mude seu olhar e esteja junto com ela, segure o objeto em suas mãos, explique para a criança o que é (por exemplo: “Filho, esse objeto é uma lembrança muito especial de quando viajamos e vou mostrar para você”), deixe ela tocar, segurar, sob a sua supervisão. Mostre onde guardar e explique que quando ela quiser ver novamente, é só lhe chamar.

Uma última estratégia é mostrar o que a criança pode fazer. Ao invés de ficarmos dizendo o que não pode, que tal olhar para as possibilidades? Se ela estiver jogando bola dentro de casa, que tal convidar: “Filha, vamos jogar na varanda?”. Dessa forma, você também diminui a quantidade de nãos que está dizendo em casa.

Podemos sempre ter a oportunidade de olhar novamente para o comportamento da criança, trazendo uma grande oportunidade de não reagirmos no automático e conseguirmos agir de forma mais consciente.

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