Mitos da educação: Educar com respeito é mais fácil?

-

24/05/2022 00h00 - Atualizado em 25/05/2022 às 19h10

Quando ouço alguém falar que deseja educar os filhos com respeito, eu pergunto: “Quais são as suas dificuldades para educar dessa forma? O que lhe tira do sério? Quais desafios existem na sua casa hoje? O que é preciso mudar na rotina para ter uma educação respeitosa?”. Você, leitor, já pensou sobre isso? Então escreva em um papel as suas respostas, a escrita é potente para trazer clareza ao que se deseja.

Eu acredito que quando decidimos educar de uma forma diferente do modo como fomos educados temos alguns desafios pela frente. O primeiro deles é entender que é preciso desaprender para poder aprender algo novo. Se nós não fizermos isso, não conseguiremos absorver os ensinamentos da educação com respeito, porque os nossos medos, aquilo que acreditamos (ou nos fizeram acreditar) e o que ouvimos durante toda a infância irão interferir no processo. Como se existissem vozes toda hora nos questionando, julgando e dizendo: “se você não deixar seu filho de castigo, ele vai mandar em você, não vai te obedecer, ele não terá limites”. Assim, para aprender algo novo, é preciso ler, estudar, assistir lives, buscar fontes confiáveis sobre o assunto, fazer cursos e colocar em prática.

A segunda mudança de comportamento necessária é a de parar de questionar sobre o que os outros pensarão da sua forma de educar. Nós, pais, não precisamos nos justificar nem explicar o jeito que decidimos educar nossos filhos. Essa decisão é apenas da família de referência da criança, dos seus cuidadores principais. Se os pais estiverem tranquilos com suas escolhas, não precisam se justificar.

Por último, é necessário que os pais olhem para dentro de si. Esse processo de autoconhecimento dói sim, mas é necessário para entender as próprias emoções, feridas e dores. Se você, pai ou mãe, estiver em último lugar na sua lista de prioridades ou nem existir nela: alerta vermelho! Afinal, se você não se cuidar, quem cuidará?

Para elucidar a educação respeitosa, segue um exemplo prático e simples de um desafio comum: imagine que sua filha acabou de ganhar uma caixa de giz de cera, deixou todos espalhados pelo chão, alguns se quebraram, outros o cachorro comeu e parte ela usou para riscar as paredes da sala, fazendo uma obra de arte. Se você for reagir no automático, o que falará? “Nunca mais eu compro nada para você. Você é bagunceira, desorganizada, não cuida das suas coisas, não sabe usar o giz no lugar certo. Vai ficar de castigo para aprender.”

Ao educar com respeito, temos outros caminhos: primeiro podemos falar sobre nossas emoções, sem atacar a criança: “Filha, fiquei chateada porque você riscou a parede com o giz”. Depois, dizer como a criança pode reparar o que fez: “Preciso de sua ajuda. Vamos passar uma bucha na parede e esfregar até ficar limpinho”. Então, podemos expressar nossas expectativas: “O giz de cera precisa ficar em cima da sua mesa e ser usado apenas no papel. Assim você sabe onde estão e onde usar”. E, por fim, resolver o problema: “O que podemos fazer para que isso não aconteça de novo?”

Precisamos lembrar sempre que para uma criança agir melhor ela precisa se sentir melhor. As crianças não precisam pagar pelo que fazem, mas sim aprender com o que fizeram.

LINK|-|https://drive.google.com/file/d/1rjb-mcz3vpNpwdW88kFzw2PYHTtJ9UjU/view?usp=sharing1|-|Leia a 7° edição da CGCity!


Notícias Relacionadas »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp