Quando a perda de peso é movida pelo desejo de ter mais saúde a longo prazo, seja ela física, mental ou social, é interessante que seja duradoura. Se o objetivo não é chegar apenas ao próximo verão usando roupas menores, precisamos buscar alternativas permanentes. É muito mais eficiente observar os padrões da dieta como um todo, aprendendo como agir ao se alimentar, do que gastar energia checando em uma lista o que se deve ou não comer.
Dividir os alimentos entre bons ou ruins só afasta a diversidade nutricional, uma grande aliada da saúde. O que fazer com os desejos por comidas calóricas? Sem restrição, haverá perda de peso? O ser humano é projetado para ter vontades. Existe uma interação complexa entre os neurônios no centro de recompensa do cérebro, os hormônios do apetite, o comportamento e o acesso a alimentos. Além disso, os chamados alimentos “hiperpalatáveis”, uma combinação de gordura, açúcar, sal e carboidratos, reforçam esse ciclo e são capazes de interferir nos sinais cerebrais, levando ao aumento da vontade e à diminuição da saciedade.
Existem pessoas que comem o que estão com vontade e não sofrem consequência alguma, enquanto outras perdem o controle toda vez que se permitem, resultando em culpa e, muitas vezes, com posterior punição. A diferença entre esses grupos é a forma de lidar com tais desejos.
Os estudos recentes garantem: a restrição não é a saída e pode ativar esse ciclo. Pessoas que fazem dieta são mais propensas a notar a comida e têm mais dificuldade em desviar a atenção dos alimentos. A restrição constante e as tentativas de distração podem gerar episódios de compulsão alimentar. Transtornos alimentares têm origens tanto genéticas quanto comportamentais, mas sabe-se que um dos gatilhos pode ser o histórico de dietas restritivas.
Então, qual é a alternativa? Muitos pesquisadores estão incentivando uma nova abordagem à alimentação saudável, com base na ciência do cérebro. Uma variedade de técnicas que incentivam a consciência de como comemos, a aceitação relacionada aos alimentos que queremos comer e exercícios alimentares intuitivos podem ser usados para remodelar hábitos alimentares, para estar atento às sensações de fome e saciedade, independente do fator emocional. É sempre necessário falar sobre o seu padrão alimentar para seu médico e descartar qualquer necessidade de tratamento.
Uma saída é mapear os hábitos alimentares, dividindo-os em três elementos: um gatilho (fome), um comportamento (comer) e um resultado (saciedade). Existe uma técnica chamada “urge surfing”, que encoraja aceitar os desejos, ao invés de agir sobre eles. O ponto é observar os pensamentos sem julgamento ou frustração, isso torna os pensamentos menos poderosos e reduz o estresse.
A proposta dessa técnica é: “Esteja aberto. Não tente suprimir, apenas observe o desejo à medida que cresce e diminui”. Antes de se render à vontade, observe se ela se mantém após 10 minutos. Se optar por comer, preste atenção no sabor e em cada detalhe do alimento, após toda essa atenção, antes de repetir, se pergunte: eu realmente preciso de mais?
Estar atento e respeitar os sinais do seu corpo pode ser mais eficaz para o déficit calórico do que restringir seus alimentos preferidos.
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