Sexualidade em pauta: A importância de falar sobre a sexualidade e o prazer

18/08/2023 00h00 - Atualizado em 09/10/2023 às 18h10

A sexualidade, sobretudo feminina, sempre foi um tabu. O assunto era tão estigmatizado que a satisfação, ou melhor, a falta de satisfação sexual das mulheres, foi por muito tempo velada. Mas essa é uma realidade que não condiz com o perfil da mulher contemporânea.

Com muito mais liberdade e autonomia, as mulheres vêm se empoderando também dos prazeres que o corpo é capaz de oferecer e que antes eram limitados pelo retrógrado ideal de que gostar de sexo era coisa de “mulher da vida”.

Pois bem, as mulheres da vida - das suas próprias vidas - e protagonistas de suas histórias estão quebrando paradigmas e questionando tudo aquilo que antes lhes era imposto, tal como a ideia do sexo como obrigação conjugal. Nesse contexto, a educação sexual e o autoconhecimento se destacam como principais ferramentas nessa busca pelo prazer sexual feminino. Sim, pois quando falamos em saúde, sempre pensamos que a prevenção é o melhor caminho, certo? Em saúde sexual não é diferente, porém, nesse caso, a prevenção é a educação sexual.

Informações sobre a anatomia íntima e sobre a fisiologia da resposta sexual feminina são fundamentais para uma vida sexual de qualidade. Exemplo: o clitóris, órgão feminino cuja única função é o prazer sexual, ainda tem sua anatomia desconhecida por algumas mulheres. Aquelas que já descobriram que a parte mais sensível, portanto, a que mais causa prazer, fica na vulva (parte externa da genitália feminina), já se libertaram da paranoia do “orgasmo de penetração” e conseguem ter relações mais positivas.

Outro exemplo de informação libertadora é a diferença e a semelhança no funcionamento da resposta excitatória feminina e masculina. As mulheres, assim como os homens, também têm ereção, mas precisam de um tempo maior de estímulo para que aconteça. Enquanto os homens precisam de mais ou menos 100ml de sangue em seu órgão genital para conseguirem uma penetração de qualidade e prazerosa, a mulher precisa de 400ml para receber essa penetração positivamente. Assim, o tempo que demoramos para ficarmos prontas para uma relação sexual é consideravelmente maior que os homens.

Entendendo como o próprio corpo responde aos estímulos sexuais, as mulheres têm feito as pazes com sua intimidade, investindo no autoconhecimento. O grande avanço nesse cenário que já vem sendo conquistado pelas mulheres desde a revolução sexual dos anos 60, com o advento da pílula anticoncepcional, é que atualmente as mulheres estão conseguindo trazer todas essas informações para dentro das suas relações, construindo vínculos muito mais saudáveis com seus parceiros, vivendo a sexualidade de uma maneira mais leve e com igualdade.

A conquista da plenitude sexual feminina é uma jornada que para muitas mulheres ainda está apenas no início, mas que deve ser desmistificada e priorizada por cada uma de nós. Por meio dessa conquista podemos vislumbrar tanto a possibilidade de um novo modelo de relacionamento, que abre mais espaço para uma vivência baseada no compartilhamento, como uma autonomia prazerosa.


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