É o fim dos adoçantes? Descubra se é necessário tirar adoçantes artificiais da dieta após recomendação da Organização Mundial da Saúde

19/08/2023 00h00 - Atualizado em 17/12/2023 às 00h14

Sabemos que um dos maiores problemas da sociedade moderna é a obesidade, uma doença grave, inflamatória, incurável e multifatorial. O consumo de açúcar em grandes quantidades e industrializados contribuiu de forma expressiva para o aumento da incidência dessa doença.

Para tentar contornar a situação, os seres humanos utilizam os adoçantes artificiais como alternativa para substituir o açúcar. O fato é que, em maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (MS) recomendou o fim do uso dos edulcorantes para tratamento de doenças não infecciosas, como a obesidade ou diabetes. Essa orientação deve ser seguida ao pé da letra?

Primeiramente, é importante classificar os adoçantes artificiais desaconselhados. Podemos listar: o acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, estévia e seus derivados. Eles presentes em diversos tipos de bebidas zero/light e também em alimentos industrializados em que se busca restringir a quantidade de açúcar.

A justificativa da OMS é de que ‘’uma revisão sistemática das evidências disponíveis sugerem que o uso dos adoçantes não oferece nenhum benefício a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças’’. Com certeza, não foi baseada num conjunto de evidências disponíveis nem interpretada considerando a hierarquia e o peso das evidências científicas apresentadas na própria revisão sistemática encomendada pela Organização. Em resumo, com as evidências que temos, não podemos dizer que é 100% seguro, nem que vai te matar ou gerar câncer com certeza. A situação ainda demanda cautela.

Já se sabe há muito tempo que o uso de adoçantes isoladamente não promove perda de peso, nem baixa níveis de açúcar no sangue. A redução do peso pode ser conquistada se a pessoa substituir o açúcar pelo adoçante não nutritivo, adotar uma dieta saudável controlada em calorias e não fizer compensação calórica. Percebe-se, claramente, que não foi considerada a enorme variabilidade de condições clínicas das pessoas e condições socioeconômicas e culturais que existem no planeta. Ignorou-se também o fato de que mesmo sendo polêmico se é saudável ou não utilizar adoçantes - essa estratégia de substituição pode ser excelente em casos de pacientes obesos que têm um verdadeiro vício pelo açúcar. Pode acreditar que o açúcar em algumas pessoas pode ser tão prazeroso quanto a droga. Nesses casos de obesidade ou na diabetes, onde o consumo de açúcar pode ser um fator crucial e agravante dessas doenças, podendo levar à morte em curto e médio prazo, o adoçante pode e deve ser utilizado com moderação.

É legítima a preocupação da OMS: realmente devemos reduzir o consumo de industrializados em geral,e não só de adoçantes, mas devemos avaliar caso por caso. Uma boa alternativa para quem precisa de algo para deixar mais doce seus alimentos seriam adoçantes naturais como o mel (não se aplica em caso de diabetes) ou alimentos com açúcares naturais, como as frutas. E não se esqueça, se tiver orientação médica ou do seu nutricionista do uso de adoçantes, fique tranquilo, escute as recomendações e não exagere!


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