Todo mundo já sentiu dor alguma vez. Essa é a principal queixa dos que buscam atendimento médico nas unidades de saúde. Destes, pelo menos 30% apresentam quadro de dor cronicamente. Mas, o que é dor?
Segundo a IASP (Associação Internacional para Estudos da Dor), dor é “uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”. Assim, a dor pode ser tanto um sintoma (quando faz parte de uma doença aguda) quanto uma doença (quando faz parte de um quadro doloroso crônico).
Doença aguda é aquela em que sua evolução natural tem um tempo limitado, caminhando para uma cura (por tratamento ou espontânea) ou para limitação à vida, como é o caso da pneumonia, que se cura ou leva à morte. Não existe pneumonia crônica.
Desta forma, as dores em doenças agudas se resolvem com a resolução da patologia. Já a doença crônica é aquela que não tem tempo limitado, nem cura espontânea, necessitando de tratamento contínuo. Ela tem controle, não cura.
E as dores em doenças crônicas dolorosas são não só o principal tipo de sintoma, mas também a própria alteração do funcionamento do sistema nervoso sensitivo, que reage produzindo condições dolorosas mesmo na ausência de estímulos, formando uma espécie de “memória” da dor no cérebro, que adapta o organismo para um quadro que pode até nem existir mais, como frisa a definição da IASP no seu final, quando diz: “lesão tecidual real ou potencial”.
Além disso, as doenças dolorosas crônicas são compostas por um espectro indissociável, em que um conjunto de condições precisa estar presente para que ela se constitua. Dentre esses pré-requisitos, temos uma série de desequilíbrios, desde fatores físicos como nível de condicionamento físico, cuidados com nutrição, hidratação, sono/descanso, vícios, como em aspectos mentais-emocionais, e até transcendentais, dependendo dos valores e princípios de cada um.
Dessa forma, e sabendo de tudo isso, fica claro que o tratamento de dores crônicas é bastante complexo, envolvendo cuidados e esforços no controle do sintoma dor, mas também em todas as facetas em desequilíbrio na vida do paciente.
Apesar de tudo ser importante no controle dessa síndrome, o controle da dor é sempre o primeiro passo, por uma questão de hierarquia de necessidades humanas, como bem descreveu Maslow. Segundo a Pirâmide de Maslow, os seres humanos precisam satisfazer algumas necessidades, em ordem: fisiológicas (fome, sede, proteção), de segurança (casa, trabalho, saúde), sociais (sociedade, grupos, família), de status (reconhecimento e reconhecer) e de autorrealização (independência, autonomia, autocontrole).
Nessa escala, a pessoa que sente dor constante está lutando nos primeiros níveis de necessidade, não sendo possível focar em toda sua evolução como ser humano.
Quem trata dor crônica é o Especialista em Dor, uma especialidade pouco conhecida do público em geral, mas extremamente necessária para cuidar de vários pacientes que ainda não encontraram uma luz no fim do túnel nesse universo de dores incessantes. Toda dor tem tratamento!
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