Ao longo da vida, ocupamo-nos muito com desenvolvermos o currículo intelectual e a preocupação de especializações e cursos que nos preparem tecnicamente para o trabalho. Porém, só desenvolvendo esse tipo de currículo podemos ter problemas. Dados apontam que entre 87 a 91% das pessoas são demitidas por fragilidades importantes no seu currículo emocional, e oito em cada 10 pessoas pedem demissão por conta das habilidades socioemocionais precárias dos seus gestores. Isso quer dizer que não basta mais nos preocuparmos somente com as habilidades técnicas, mas sobretudo com as habilidades socioemocionais.
Historicamente, fomos ensinados a ter um currículo robusto e cheio de cursos, formações e referências porque essa lógica era importante. O que acontece é que hoje o mundo mudou muito rápido e nossa história escolar e acadêmica se ocupou dessa antiga lógica que hoje não basta mais. Sabe aquele bordão que ouvimos por aí: o que é mais importante: ter ou ser? Pois é, hoje o ser pensa da mesma forma que o ter qualificações técnicas.
A balança está equilibrada e toda a nossa atenção deve estar voltada para ambos os currículos: intelectual e emocional. E prevejo ainda, que num curto espaço de tempo, teremos a fusão desses currículos de alguma forma que podemos aprofundar mais adiante.
O currículo intelectual diz respeito a tudo o que você coloca como qualificação técnica para preencher aquela tão sonhada vaga. Já o currículo emocional não é escrito nele e sim perguntado na entrevista de emprego, testes de personalidade e de como você funciona no que diz respeito às respostas emocionais que você emite frente a diversas situações cotidianas. Ou seja, o que você não conta nos testes e nas entrevistas, na sua vivência com outras pessoas vai acabar contando.
Mas vai um alerta importante: é de suma importância o desenvolvimento do seu currículo emocional não para atender uma lógica de mercado apenas, mas sobretudo para evitar sofrimentos emocionais, adoecimento psíquico e buscar uma vida com mais sentido e, na medida do possível, mais leve. O currículo emocional bem desenvolvido favorece ambos os lados da mesma forma que o intelectual. Não é tão somente pelo outro e sim por você também.
Como buscar qualificações técnicas nós já sabemos o caminho. E como buscar qualificações para o seu currículo emocional? Costumo chamar de letramento emocional que envolve desenvolver algumas competências que abrangem em cada uma, muitas habilidades: autorregulação, autoconsciência, empatia e aptidões sociais. Para isso é importante buscar cursos, treinamentos, leituras e terapia também, ou seja, tudo aquilo que pode nos qualificar para uma vida mais saudável mentalmente.
Então estamos falando aqui do quê? Estamos falando de autodesenvolvimento e autoconhecimento. O que vale sempre é buscar pessoas sérias, com formação, com experiência de verdade naquilo que oferecem. Tenha cautela e faça escolhas assertivas, afinal de contas estamos falando da sua formação. Formação tão importante quanto qualquer outra. Até a próxima!