Tenho dito como é bonito e inspirador ver a dedicação das mulheres em seus diversos esforços. Elas batalham para serem boas pessoas, boas mães, boas companheiras e, claro, boas profissionais. Neste artigo, não escrevo com uma ideia apenas daquilo o que penso, mas divido com você, um retrato do dia a dia como educadora também trazendo dados da nossa sociedade brasileira.
Você sabia que, atualmente, as mulheres são maioria no Ensino Superior em nosso país? Eu vejo isso também na Faculdade Insted, instituição a qual sou diretora. As mulheres somam quase 70% das alunas de pós-graduação e são a maioria também na graduação. Das pessoas que já se formaram conosco tanto na graduação, quanto na pós, a maioria dos concluintes foram mulheres.
Embora esse número seja animador, ainda estamos muito ligadas a trabalhos informais e domésticos nos vários cantos do país, ou seja, cargos de lideranças, por exemplo, ainda são predominantemente preenchidos por homens.
Nesse sentido, quando falamos de empreendedorismo, segundo o Sebrae, hoje, quase 50% das empresas já são fundadas por mulheres. Nesses novos negócios, as mulheres têm 16% a mais de escolaridade que os homens e ao mesmo tempo, empresas dirigidas pelas mulheres faturam 16% a menos que as empresas lideradas pelos homens. Dos empreendedores considerados bem estabelecidos, cerca de 31% das mulheres têm ensino superior completo, em comparação com 22% dos homens, segundo o Sebrae.
Em grande parte das vezes, batemos na trave na produtividade e rentabilidade pela má divisão de tarefas com homens. As mulheres, segundo o IBGE, dedicam 9,6 horas a mais do que os homens nos afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas. Em média, são 21,3 horas semanais nessas atividades, enquanto os homens utilizam 11,7 horas. A pesquisa apontou que a realização dessas atividades também afeta a ocupação das mulheres. Em média, os homens tendem a trabalhar mais horas do que as mulheres no regime externo, ou seja, “fora de casa”.
Mesmo assim, insistimos! A pesquisa do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), divulgada recentemente sobre o perfil da mulher empreendedora, demonstrou que 51% das empresárias sul-mato-grossenses têm pós-graduação, ao mesmo tempo, em que 71% das que responderam a mesma pesquisa são mães.
Realmente somos muito determinadas e capazes! Destaco que diferentemente de outras fases da história, vejo na contemporaneidade brotar uma sororidade, uma parceria, uma rede benéfica entre mulheres que se apoiam e se inspiram. Como presidente do CMEC em Mato Grosso do Sul vejo como o trabalho de apoio às empreendedoras para o fortalecimento dos seus negócios faz toda uma rede em volta das mesmas prosperarem.
Somente buscando informação e formação de qualidade as mulheres prosperarão mais e mais, ocuparão mais espaços na sociedade e decidirão também melhores políticas públicas para nós mesmas. Essa ação consciente promoverá uma verdadeira igualdade de gênero, ou seja, a equidade.
Nós queremos fazer mais! Mais ainda! Nós queremos fazer o melhor!