A teoria das janelas quebradas ou “broken windows theory” foi criada na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, como uma experiência de psicologia social, com o objetivo de combater os altos índices de criminalidade no país. No experimento, eles deixaram dois carros iguais abandonados nas ruas de Bronx, área de grande conflito e pobre de Nova York, e em Palo Alto, uma cidade pacífica e rica na Califórnia. O propósito era estudar o comportamento das pessoas nesses locais.
O veículo no Bronx aos poucos começou a ser danificado, vários itens foram furtados, levaram tudo que pudesse ser aproveitado e o que restou, destruíram. Já o carro em Palo Alto se manteve irretocável durante dias, então os pesquisadores quebraram um vidro do veículo para ver se algo acontecia e, como consequência, alguns dias depois o mesmo processo que ocorreu no bairro pobre de Nova York aconteceu no bairro nobre da Califórnia.
A pergunta que fica é por que o veículo com o vidro quebrado em um bairro nobre teve o mesmo processo que em um bairro pobre? Tudo está relacionado com a consciência humana, não com a pobreza em si. O fato é o ambiente desenvolvido no local.
As pessoas que passavam por ali pensavam: “Esse carro está parado aí há dias com o vidro quebrado, esse ambiente está abandonado”, ou seja, isso comunicou conceitos de desídia, desleixo, negligência, demonstrando que a lei está ausente naquela área.
Em uma perspectiva mais ampla, a teoria se encaixa em vários segmentos dentro de um empreendimento. Se a desídia estiver em alta na empresa, consequentemente os colaboradores podem estar desempenhando suas atividades com desânimo, atrasos frequentes, faltas injustificadas, desinteresse pela função, etc.
Um simples armário, uma mesa, um depósito, já se faz presente a teoria das janelas quebradas. Se pequenas situações como essas não forem contidas, inevitavelmente condutas desidiosas mais graves irão crescer, já que não houve responsabilização pelos desvios de condutas menos graves.
A desídia acaba sendo pulsante nos departamentos onde o descuido, a sujeira e a desordem são maiores. Se por alguma razão não se organiza uma prateleira e ninguém o repara, muito rapidamente estarão desorganizadas todas as prateleiras. Se um departamento possui indicadores de indisciplina e esse fato parece não importar a ninguém, isso fatalmente irá gerar um aumento de atos de insubordinação e trará consigo o efeito dominó.
A importância de se atentar a desordem e a desídia é que, aos poucos, elas podem se infiltrar nos diversos departamentos da empresa sem que o gestor perceba, podendo causar o declínio do negócio, com queda nas vendas e no desempenho dos colaboradores.
Com o entendimento e a aplicabilidade dessa metodologia, é possível reduzir drasticamente as perdas das mais variadas, pois qualquer departamento pode aplicar a política de tolerância zero com a desordem e a desorganização. Implantadas essas condutas, uma contratação, por exemplo, terá mais chances de sucesso, pois o colaborador entrará ciente de como a engrenagem do empreendimento funciona.