Planejamento Público: a chave para um país melhor

Como um planejamento estruturado pode transformar a gestão pública e garantir um futuro mais sustentável e inclusivo

14/09/2024 00h00 - Atualizado em 14/09/2024 às 15h42

O planejamento é um pilar fundamental para a gestão eficiente de qualquer organização, sendo sua relevância no setor público ainda mais pronunciada. Planejar de forma estruturada permite a definição clara de metas e prioridades, assegurando que os recursos limitados sejam aplicados de forma estratégica para atender às demandas da sociedade. Além disso, o planejamento no setor público promove maior transparência e controle das ações governamentais, fortalecendo a confiança da população nas instituições e fomentando um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Todavia, os gestores públicos frequentemente se afastam do planejamento devido a uma combinação de fatores como a pressão por resultados imediatos, a escassez de recursos e a instabilidade política. A necessidade de lidar com demandas urgentes e crises cotidianas frequentemente desvia a atenção do planejamento de longo prazo. Além disso, a falta de capacitação específica e a resistência cultural à mudança dentro das instituições públicas dificultam o engajamento dos gestores. Por fim, a instabilidade política, caracterizada por frequentes alterações de liderança e prioridades, impõe desafios adicionais ao planejamento, pois os gestores temem que seus esforços possam ser descontinuados ou desvalorizados por administrações futuras.

Os principais instrumentos do planejamento público, como o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), são obrigatórios para os governos em todas as esferas. No entanto, a obrigatoriedade dessas normas não garante sua efetividade, uma vez que as próprias regras permitem desvios na execução das ações planejadas, como por meio de suplementações orçamentárias.

Na prática, o descumprimento orçamentário pode resultar de diversos fatores, todos eles ligados a deficiências no planejamento. A superficialidade na análise de situações, a priorização de projetos inexequíveis ou a subestimação de custos são apenas alguns exemplos de falhas no planejamento. Em termos de projetos, é comum a inauguração de prédios sem o devido aparelhamento necessário para a prestação de serviços. Em alguns casos, elementos básicos como a obtenção de licenças ambientais não são adequadamente previstos, comprometendo a execução.

Para trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável, onde haja inclusão social, prosperidade econômica e preservação ambiental, é imperativo promover uma mudança cultural. O improviso e o imediatismo ainda são práticas comuns em nossa gestão, tanto no setor público quanto no privado. É necessário compreender que a gestão não pode prescindir de etapas essenciais, sendo o planejamento a primeira e mais crucial delas.

O Brasil possui um setor público de grandes proporções em termos orçamentários e estruturais, mas os resultados ainda estão aquém das necessidades e das expectativas da população em geral. Planejar com qualidade é uma das chaves para transformar o país em uma sociedade mais justa, fraterna e próspera.


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